
No Dia Mundial do Trabalhador, nesta quinta-feira (1º), manifestantes se uniram a movimentos populares do campo na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Campo Grande (MS). O ato tem objetivo de defender a pauta da reforma agrária.
Segundo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), somente no território sul-mato-grossense, mais de 15 mil famílias estão acampadas aguardando assentamento. A manifestação na sede do Incra marca o início das atividades do Dia do Trabalhador e da Trabalhadora no estado, com foco especial na luta pela terra. Nas últimas semanas, diversos protestos tomaram conta da região.
Na quarta-feira (30), movimentos de luta pela terra bloquearam a BR-163, principal rodovia que atravessa Campo Grande. Além do MST, também estavam presentes o Movimento Camponês de Luta pela Reforma Agrária (MCLRA), a União Geral dos Trabalhadores (UGT), entre outros.
O ato marcou o terceiro dia consecutivo de bloqueios em estradas da região para pressionar o poder público a dar andamento à reforma agrária. Após quase cinco horas de manifestação, o grupo participou de reunião com o superintendente do Incra no MS, Paulo Roberto.
Bloqueio na BR-163, em Campo Grande, na manhã desta quarta-feira (30) / Foto: Reprodução
Ele firmou o compromisso de que representantes do Incra Nacional, do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, e da Presidência da República irão ao estado para debater as reivindicações do grupo.
Na segunda-feira (28), outro bloqueio foi realizado pelos movimentos na MS-164, entre Ponta Porã e Dourados. No mesmo dia, outro ponto de manifestação tomou conta da BR-163, na saída para São Paulo em Campo Grande.
Em todos os casos houve promessa de envio de uma comitiva do governo federal para dialogar com os manifestantes. Também na segunda, o MST ocupou o andar térreo do prédio do Incra cobrando respostas concretas e efetivas sobre as terras para assentamento das famílias.
A escalada de manifestações foi uma resposta ao despejo de centenas de pessoas do Acampamento Esperança, no fim de semana passado. No sábado pela manhã cerca de 300 pessoas iniciaram a ampliação da ocupação, que agrupava 270 famílias.
No mesmo dia à noite, houve cerco policial à área. No domingo (27), equipes da Polícia Militar, da Tropa de Choque e do Departamento de Operações Especiais da Fronteira (DOF) iniciaram uma ação de despejo sem mandado judicial, de acordo com os movimentos.
Houve disparos de bombas de efeito moral e balas de borracha. Diversas estruturas improvisadas de moradia foram destruídas. A comunidade já havia sido alvo de pistoleiros e incêndios criminosos pelo três vezes somente no ano passado.
Fonte: Brasil de Fato