Brasil

SEMANA DE PROTESTOS

Dia do Trabalhador tem ato pela reforma agrária na sede do Incra em MS

Mobilizações e bloqueios de rodovias se intensificaram após ação policial violenta no Acampamento Esperança

Da Redação

Quinta - 01/05/2025 às 14:09



Foto: MST Centenas de famílias do Acampamento Esperança foram despejadas no fim de semana
Centenas de famílias do Acampamento Esperança foram despejadas no fim de semana

No Dia Mundial do Trabalhador, nesta quinta-feira (1º), manifestantes se uniram a movimentos populares do campo na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Campo Grande (MS). O ato tem objetivo de defender a pauta da reforma agrária. 

Segundo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), somente no território sul-mato-grossense, mais de 15 mil famílias estão acampadas aguardando assentamento. A manifestação na sede do Incra marca o início das atividades do Dia do Trabalhador e da Trabalhadora no estado, com foco especial na luta pela terra. Nas últimas semanas, diversos protestos tomaram conta da região. 

Na quarta-feira (30), movimentos de luta pela terra bloquearam a BR-163, principal rodovia que atravessa Campo Grande. Além do MST, também estavam presentes o Movimento Camponês de Luta pela Reforma Agrária (MCLRA), a União Geral dos Trabalhadores (UGT), entre outros.

O ato marcou o terceiro dia consecutivo de bloqueios em estradas da região para pressionar o poder público a dar andamento à reforma agrária. Após quase cinco horas de manifestação, o grupo participou de reunião com o superintendente do Incra no MS, Paulo Roberto. 

Bloqueio na BR-163, em Campo Grande, na manhã desta quarta-feira (30) / Foto: Reprodução

Ele firmou o compromisso de que representantes do Incra Nacional, do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, e da Presidência da República irão ao estado para debater as reivindicações do grupo.

Na segunda-feira (28), outro bloqueio foi realizado pelos movimentos na MS-164, entre Ponta Porã e Dourados. No mesmo dia, outro ponto de manifestação tomou conta da BR-163, na saída para São Paulo em Campo Grande.

Em todos os casos houve promessa de envio de uma comitiva do governo federal para dialogar com os manifestantes. Também na segunda, o MST ocupou o andar  térreo do prédio do Incra cobrando respostas concretas e efetivas sobre as terras para assentamento das famílias.

A escalada de manifestações foi uma resposta ao despejo de centenas de pessoas do Acampamento Esperança, no fim de semana passado. No sábado pela manhã cerca de 300 pessoas iniciaram a ampliação da ocupação, que agrupava 270 famílias. 

No mesmo dia à noite, houve cerco policial à área. No domingo (27), equipes da Polícia Militar, da Tropa de Choque e do Departamento de Operações Especiais da Fronteira (DOF) iniciaram uma ação de despejo sem mandado judicial, de acordo com os movimentos.

Houve disparos de bombas de efeito moral e balas de borracha. Diversas estruturas improvisadas de moradia foram destruídas. A comunidade já havia sido alvo de pistoleiros e incêndios criminosos pelo três vezes somente no ano passado.

Fonte: Brasil de Fato

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