A cantora Claudia Leitte está no centro de mais uma polêmica após substituir o nome de Iemanjá pela expressão “meu Rei Yeshua” durante uma apresentação em Salvador, no último sábado (14). A alteração gerou duras críticas de Bárbara Carine, escritora, professora e vencedora do Prêmio Jabuti 2024, que classificou a atitude como "terrorismo religioso" e acusou a artista de desrespeitar as raízes culturais do axé music.
“É revoltante o racismo religioso que demoniza uma cultura da qual ela vive”, afirmou Bárbara em um vídeo publicado nesta quarta-feira (18). Para a escritora, Claudia Leitte estaria lucrando com o axé enquanto desvaloriza suas bases religiosas. A repercussão alcançou também o secretário de Cultura de Salvador, Pedro Tourinho, que, por meio das redes sociais, afirmou que a exclusão de nomes de orixás de músicas configura racismo religioso. O posicionamento recebeu apoio da cantora Ivete Sangalo.
Bárbara Carine ainda sugeriu que a atitude pode ter sido uma estratégia da cantora para voltar ao foco da mídia. “Ela sabe que, quando está apagada, faz isso e volta para a cena no pior lugar possível”, declarou a escritora.
Claudia Leitte, que se converteu ao evangelismo em 2014, tem alterado letras com referências às religiões de matriz africana em shows pelo Brasil desde então. A prática vem sendo questionada por artistas e especialistas, que apontam preconceito e apagamento cultural. A cantora não se manifestou sobre as críticas até o momento.
Confira o vídeo da escritora:
Fonte: Diário do Centro do Mundo