
O governo brasileiro condenou, em nota oficial publicada nesta quarta-feira (21), a nova ofensiva militar conduzida pelo por Israel na Faixa de Gaza. O posicionamento, assinado pelo Ministério das Relações Exteriores, critica duramente o avanço das operações israelenses sobre o território palestino e alerta para a escalada da tragédia humanitária na região.
“O governo brasileiro condena, nos mais fortes termos, o lançamento de nova ofensiva israelense na Faixa de Gaza, com intensificação dos bombardeios aéreos e expansão das operações terrestres”, diz o comunicado. Segundo o Itamaraty, a ação militar resultou, nos últimos dias, na morte de mais de 300 palestinos, entre eles, mulheres e crianças, e forçou o deslocamento de mais de 60 mil pessoas.
O Brasil também rejeitou veementemente a recente declaração do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que afirmou que o país pretende “assumir o controle” de toda a Faixa de Gaza. Para o governo brasileiro, essa intenção contraria princípios do direito internacional. “Ao deplorar a declaração do Primeiro-Ministro de Israel, o Brasil recorda que qualquer pretensão de exercer autoridade permanente em território ocupado é incompatível com as normas de direito internacional”, reforça a nota.
Além do repúdio à expansão da ocupação, o governo brasileiro voltou a defender publicamente a criação de dois Estados como única solução viável e duradoura para o conflito entre Israel e Palestina. “O Brasil reafirma, ainda, que a única solução legítima e duradoura para o conflito reside na implementação definitiva da solução de dois Estados.”
A nota menciona ainda a situação crítica de Gaza, que está sob bloqueio total há mais de dois meses e enfrenta risco iminente de fome generalizada. O Itamaraty expressa “grave preocupação com a anunciada intenção israelense de permitir ingresso mínimo de alimentos e remédios em Gaza”, e alerta que restringir deliberadamente o acesso a suprimentos essenciais pode configurar crime de guerra. “O uso da fome como método constitui crime de guerra”, sublinha o texto.
Diante do agravamento da crise humanitária, o Brasil fez um apelo direto a Tel Aviv para que facilite o acesso de ajuda emergencial à população civil. “O Brasil conclama o governo de Israel a permitir acesso imediato e desimpedido de ajuda humanitária ao território, em consonância com suas obrigações de Direito Internacional Humanitário.”
A nota do Itamaraty conclui com um apelo por medidas concretas que levem ao fim dos confrontos armados e à libertação dos reféns ainda mantidos por grupos palestinos. “O Brasil reitera apelo em favor da cessação permanente das hostilidades, retirada completa das forças israelenses de Gaza e da libertação dos reféns remanescentes.”
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Fonte: Secom