É o que eu acho

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É ISSO QUE ACHO

Por pouco o planeta não se tornou cenário de Mad Max

Hoje em dia tudo, mas tudo mesmo, está conectado à rede mundial de computadores

Fernando Castilho

Terça - 23/07/2024 às 13:23



Foto: Divulgação Retorno
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Dia 19 passado o mundo quase entrou em pânico com o chamado “apagão cibernético global” que afetou sistemas como o dos aeroportos, de alguns bancos, hospitais etc.

No final do século passado o planeta estremeceu com a possibilidade de pane geral de todos os sistemas devido ao “bug do milênio”, já que não se sabia como os computadores iriam lidar com a passagem do dia 31 de dezembro de 1999 para 1.º de janeiro de 2000. Felizmente, a mudança ocorreu sem problemas.

É certo que nessa diferença de 24 anos entre um evento e outro está toda a evolução eletrônica que tornou todos os sistemas mundiais dependentes da internet infinitamente mais complexos.

Hoje em dia tudo, mas tudo mesmo, está conectado à rede mundial de computadores. Até mesmo quando você passa seu cartão na maquininha do ônibus, quando você paga algo com seu celular ou publica seu artigo científico e o armazena na nuvem.

Mas o que preocupa mesmo são os grandes sistemas que, se não forem extremamente protegidos com várias camadas, podem eventualmente se tornarem inoperantes, o que causaria certamente um retorno a uma era analógica impossível de ser revivida com um mínimo de sucesso, devido ao crescimento demográfico e à complexidade de nossa sociedade atual. Uma cena de Mad Max.

Tínhamos uma certa tranquilidade de que os operadores desses sistemas, preocupados com possíveis eventos como ataques cibernéticos ou fenômenos violentos da natureza, por exemplo, se cercam de toda a segurança para torná-los inexpugnáveis, mas o tal do “apagão” nos mostrou que pode não ser bem assim.

Porém, já no dia seguinte, com o erro corrigido, as pessoas acordaram como se nada de mais tivesse ocorrido e foram para seus trabalhos normalmente, confiantes em que nunca nenhum desastre cibernético será capaz de criar uma situação em que nos matássemos mutuamente com requintes de selvageria.

Nesse dia 19, último, lembrei-me de um trecho de meu livro, Um Humano Num Pálido Ponto Azul, publicado em 2021, que trata justamente dessa ameaça constante sobre nossas cabeças. Peço, portanto, licença para reproduzi-lo.

“Quase todo o conhecimento do mundo se perdeu com o incêndio da Biblioteca de Alexandria, idealizada por Ptolomeu, em cerca de 640 d.C., causando imenso retrocesso no acúmulo de conhecimento da Humanidade.

Fernando Castilho

Fernando Castilho

Arquiteto, Professor e Escritor. Autor de Depois que Descemos das Árvores, Um Humano Num Pálido Ponto Azul e Dilma, A Sangria Estancada
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