
Com a chegada da Semana Santa e da Páscoa, o consumo de peixes se intensifica nas mesas brasileiras, impulsionado tanto pela tradição religiosa quanto pelos benefícios do alimento à saúde. Para aproveitar ao máximo os nutrientes e evitar riscos, especialistas orientam sobre os cuidados na escolha, preparo e frequência de consumo.
Rico em proteínas de alto valor biológico, ácidos graxos como ômega 3 e ômega 6, além de vitaminas e minerais como ferro, cálcio e fósforo, o peixe é considerado um aliado importante da alimentação saudável.
“Incluir peixes regularmente na dieta traz benefícios como melhora da memória, da concentração, fortalecimento de ossos e dentes, prevenção de doenças cardiovasculares, diabetes, osteoporose e até redução de processos inflamatórios”, destaca a nutricionista Nelly Aparecida Yoneyama, gerente de Operação Nutrição e Hotelaria Regional da Rede D'Or.
Segundo a especialista, para garantir um consumo seguro e saudável, é importante seguir cinco recomendações principais:
1. Escolha com atenção
O ideal é comprar o peixe em locais de confiança, com boa refrigeração e higiene. “Observe a textura e o brilho da pele, que deve estar úmida, e as escamas precisam estar bem aderidas ao corpo. Os olhos do peixe fresco são brilhantes e salientes, e o cheiro não deve ser forte”, explica a nutricionista, que também atua no Hospital São Luiz Anália Franco, na zona leste de São Paulo.
No caso dos filés, é importante verificar se a cor está intensa e se o odor não é forte. O peixe cru, muito usado em preparos como sashimi e ceviche, exige cuidado redobrado, especialmente por gestantes.
2. Armazene da forma correta
Após a compra, o peixe deve ser mantido refrigerado. Na geladeira, a recomendação é consumir em até dois dias. Caso contrário, o ideal é congelar. No freezer, o tempo de conservação pode chegar a três meses, dependendo da espécie.
3. Prefira preparações mais leves
A versão frita, embora popular, não é a mais recomendada. “A fritura aumenta o valor calórico e, devido à alta temperatura, o peixe perde mais nutrientes”, alerta Nelly. As melhores opções incluem o peixe assado, cozido, grelhado ou cru — sempre com segurança na manipulação.
Preparações ensopadas e com molhos são bem-vindas, mas elevam o valor calórico da refeição.
4. Consuma durante o ano todo
A nutricionista reforça que o consumo de peixe não deve se restringir à Semana Santa. “A recomendação é consumir peixe de duas a três vezes por semana, de preferência em versões saudáveis”, orienta.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ingestão regular de peixes ricos em ômega 3 pode reduzir o risco de doenças cardíacas.
5. Varie no cardápio e economize
Peixes como sardinha e atum são alternativas nutritivas e mais acessíveis. “Peixes mais acessíveis, como atum e sardinha, são campeões em nutrientes e excelentes opções para o dia a dia”, afirma a nutricionista.
Para quem prefere opções mais sofisticadas, salmão, linguado e bacalhau continuam entre as escolhas mais nutritivas. O consumo de peixe é indicado para todas as faixas etárias, com exceção de pessoas com alergia. “Vale lembrar que nem todo alérgico a peixe é alérgico a frutos do mar — e vice-versa. Em caso de dúvidas ou reações, o ideal é procurar orientação médica”, conclui Nelly Yoneyama.