Saúde

AVANÇOS NA MEDICINA

Homem vive 100 dias com coração de titânio e estabelece novo recorde

Paciente se torna a primeira pessoa a receber alta hospitalar com o dispositivo revolucionário, abrindo novas possibilidades para o tratamento de insuficiência cardíaca

Da Redação

Quarta - 12/03/2025 às 11:30



Foto: Divulgação / BiVACOR Cientistas implantam 1º coração totalmente artificial feito de titânio em paciente humano
Cientistas implantam 1º coração totalmente artificial feito de titânio em paciente humano

Um australiano fez história ao viver por 100 dias com um coração artificial de titânio enquanto aguardava um transplante. Esse é o maior tempo registrado até hoje para alguém com essa tecnologia. O homem, que está na casa dos 40 anos e preferiu não ser identificado, recebeu o implante durante uma cirurgia no Hospital St. Vincent’s em Sydney, em novembro de 2024.

Em fevereiro de 2025, ele se tornou a primeira pessoa no mundo a deixar o hospital com o dispositivo, que o manteve vivo até que um coração de doador estivesse disponível no início deste mês. O Hospital St. Vincent’s, a Universidade Monash e a BiVACOR, empresa responsável pela tecnologia, divulgaram um comunicado na quarta-feira (12) informando que o paciente, que sofria de insuficiência cardíaca grave, estava se recuperando bem.

O tempo em que o dispositivo manteve o paciente vivo está sendo visto como um avanço, mostrando que o coração artificial pode, em um futuro próximo, ser uma opção de tratamento de longo prazo para pessoas com insuficiência cardíaca. No entanto, o dispositivo continua em fase de testes e não foi aprovado para uso geral.

Daniel Timms, bioengenheiro australiano e fundador da BiVACOR, criou o dispositivo após a morte de seu pai devido a uma doença cardíaca. Ele afirmou que foi “emocionante” ver o trabalho de décadas dar frutos. Timms agradeceu ao paciente e sua família pela confiança depositada no Coração Artificial Total, destacando que a bravura do paciente abrirá caminho para muitas outras vidas sendo salvas pela tecnologia.

Como Funciona o Coração de Titânio?

O Coração Artificial Total BiVACOR tem um único componente móvel: um rotor levitado, mantido no lugar por ímãs. Ele é feito de titânio e não possui válvulas ou rolamentos mecânicos que possam se desgastar. O dispositivo bombeia sangue para o corpo e os pulmões, substituindo ambos os ventrículos de um coração que falhou.

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo, com cerca de 18 milhões de mortes por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde. O dispositivo tem a ambição de salvar vidas de pessoas que estão à espera de um transplante de coração. No ano de 2024, cerca de 3.500 pessoas receberam um transplante de coração nos Estados Unidos, mas cerca de 4.400 entraram na lista de espera.

Impacto Futuro

Chris Hayward, professor do Instituto de Pesquisa Cardíaca Victor Chang, afirmou que o coração BiVACOR representa uma revolução para os transplantes cardíacos. Ele acredita que, nos próximos dez anos, o coração artificial será uma alternativa para pacientes que não podem esperar por um coração de doador ou quando um órgão adequado não está disponível.

O dispositivo já foi testado no Estudo de Viabilidade Inicial da FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA), com cinco pacientes implantados com sucesso. O estudo ainda está em andamento, e a expectativa é expandir os testes para 15 pacientes.

O implante realizado na Austrália foi o primeiro de uma série planejada pelo Programa Fronteiras do Coração Artificial da Universidade Monash, com um investimento de 50 milhões de dólares australianos (cerca de R$ 185 milhões) para o desenvolvimento e comercialização de dispositivos para tratar insuficiência cardíaca.

Fonte: Com informações da CNN

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