
O Piauí vive uma transformação na saúde pública com a descentralização de cirurgias eletivas em hospitais do interior. Em entrevista ao jornalista Luiz Brandão, no portal Piauí Hoje.Com, na quarta-feira (09/04), o secretário estadual de Saúde, Antonio Luiz Santos destacou que o tempo médio de espera para procedimentos caiu de 1.000 a 2.000 dias para 464 dias, graças à ampliação de serviços médicos em regiões como Floriano, Picos e Parnaíba.
A estratégia inclui a classificação de hospitais por complexidade:
- Tipo 1: Cirurgias de baixo risco (hérnia, vesícula, fimose).
- Tipo 4: Hospitais de alta complexidade, como o HGV e o Hospital Tibério Nunes, equipados com hemodinâmica para cateterismos e neurocirurgias menos invasivas.
Investimentos em equipamentos e eficiência
O estado adquiriu novas máquinas de hemodinâmica, evitando interrupções nas cirurgias. "Antes, uma única máquina paralisava atendimentos por meses. Agora, temos reserva e saída rápida para casos de quebra de equipamento", explicou Luiz.
O secretário destacou ainda outros avanços por causa dos investimentos em material médico-hospitalar, como atualização de instrumentais cirúrgicos (sem reposição há 20 anos), centralização de compras, reduzindo custos em 70% (de R$ 300 milhões para R$ 100 milhões/ano). O Orçamento da Sesapi para 2025 é de cerca de R$ 2,5 bilhões.
Saúde Digital e telemedicina
O programa Saúde Digital, através de empresa especializada, "contratou" médicos via telemedicina para ampliar o acesso a especialistas no interior. "Isso permite diagnósticos rápidos e encaminhamentos eficientes", afirmou o secretário.
Dados oficiais da Sesapi revelam que 15% dos recursos da saúde vêm do SUS, complementados por emendas parlamentares. Também mostram redução de gastos de 15% (2022) para 13,7% (2024) da receita estadual.
Vacinação e combate ao negacionismo
O Piauí é campeão em vacinação, mas o secretário alertou para o risco do negacionismo: "Quem recusa vacinas não vê que sarampo e poliomielite foram erradicados graças a elas". Revelou ainda que a COVID-19 não acabou, mas que está controlada por causa das vacinas. Antônio Luiz lembrou que perdeu uma irmã para a doença por falta de vacina na época certa.