Política

LULA E TRUMP

Trump elogia Lula e sinaliza o fim de tarifas de 50% sobre Brasil

Em primeiro encontro formal, presidentes dos EUA e Brasil avançam em negociações para solucionar disputa comercial; Lula prevê acordo "em poucos dias"

Da Redação

Segunda - 27/10/2025 às 12:24



Foto: Lula e Trump se encontram e buscam acordo
Lula e Trump se encontram e buscam acordo

Brasília - Em um primeiro encontro formal marcado pela cordialidade e sinais de distensão, os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e dos Estados Unidos, Donald Trump, avançaram nas negociações para resolver a grave disputa comercial envolvendo as altas tarifas americanas sobre produtos brasileiros. A reunião ocorreu neste domingo (26), à margem da cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), na Malásia.

A impressão positiva foi imediata e manifestada publicamente por Trump. A bordo do Air Force One nesta segunda-feira (27), o presidente americano respondeu a jornalistas sobre o encontro com Lula, que completou 80 anos. "Muito bom. Tivemos um bom encontro. Vamos ver o que acontece. Eles querem fazer um acordo. Vamos ver. Neste momento eles estão pagando uma tarifa de 50%. Mas nós tivemos um grande encontro", afirmou Trump, acrescentando que ficou "impressionado" e descrevendo o colega brasileiro como "um cara muito vigoroso".

Do lado brasileiro, o tom foi igualmente otimista. Em suas redes sociais, Lula classificou a reunião como "ótima" e afirmou que as negociações continuam "imediatamente" para buscar soluções para a tarifa de 50% e para as sanções impostas pelo governo Trump a autoridades brasileiras. Durante coletiva de imprensa, o presidente brasileiro foi ainda mais enfático sobre o desfecho da questão. "Ele [Trump] garantiu que vamos ter um acordo. E acho que será mais rápido do que muita gente pensa", disse Lula, prevendo uma solução "em poucos dias".

Os pontos de negociação

O principal entrave nas relações bilaterais é a tarifa de 50% sobre as importações de aço e alumínio brasileiros, anunciada pelos EUA em julho, medida conhecida como "tarifaço". Lula afirmou que Brasil e EUA devem participar de novas rodadas de negociações sobre o tema "nas próximas semanas" em Washington.

Outro ponto sensível abordado foram as sanções aplicadas pelos EUA a oito ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) – incluindo Alexandre de Moraes – e a autoridades do governo Lula, como o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Lula disse ter pedido a Trump a "suspensão da taxação e revisão das punições". O presidente brasileiro classificou as sanções como "infundadas e baseadas em informações erradas" e relatou que Trump "ficou surpreso" ao saber que as medidas atingiram inclusive a filha de 10 anos do ministro Padilha, que teve seu visto americano cancelado.

Lula também defendeu a legitimidade do julgamento no STF que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro, sobre o qual Trump já havia feito críticas públicas. De acordo com Lula, ele deixou claro ao colega americano que "rei morto, rei posto", sinalizando que Bolsonaro "faz parte do passado". "Com três reuniões que você fizer comigo, vai perceber que Bolsonaro não era nada", afirmou o petista.

O diálogo, que havia melhorado após um breve contato na Assembleia Geral da ONU em setembro, parece ter atingido um novo patamar com a reunião em Kuala Lumpur. Lula destacou a importância do contato pessoal: "Quando você se conhece [por intermédio] das pessoas que falam, é mais difícil. Tem que sentir, pegar na mão, olhar, ver a reação da pessoa. Acho que houve sinceridade na nossa relação".

Fonte: Agência Brasil

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