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"Bolsonaro não tem saída": pode pegar até 35 anos de prisão, dizem advogados

Na avaliação de advogados de outros acusados, Jair Bolsonaro receberá pena consideravelmente maior por seu papel de líder da intentona golpista

Da Redação com informações do Brasil 247

Quarta - 26/03/2025 às 08:33



Foto: Gustavo Moreno/STF Bolsonaro pode pegar até 35 anos de prisão, avaliam advogados de acusados de tentativa de golpe
Bolsonaro pode pegar até 35 anos de prisão, avaliam advogados de acusados de tentativa de golpe

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) analisa a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro e outros sete acusados de integrarem o núcleo central da tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022. Se a maioria dos ministros aceitar a denúncia, o ex-presidente e os demais investigados se tornarão réus, podendo responder formalmente pelos crimes imputados. O julgamento do mérito das acusações está previsto para o segundo semestre deste ano.  

A peça acusatória, assinada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, aponta Bolsonaro e seus aliados como responsáveis por uma articulação para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os crimes elencados estão tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Somadas, as penas podem chegar a 43 anos de reclusão.  

Avaliação de advogados  

Advogados que representam outros investigados no caso, sob condição de anonimato, avaliam que Bolsonaro poderá ser condenado a uma pena entre 25 e 35 anos de prisão, devido ao seu papel de liderança no suposto esquema. Eles utilizam como referência a condenação de Aécio Lúcio Costa Pereira, ex-funcionário da Sabesp e primeiro réu julgado pelo STF pelos atos de 8 de janeiro. Ele foi sentenciado a 17 anos de prisão por crimes como golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.  

Se quem invadiu os prédios públicos no 8 de janeiro pegou uma pena alta, a condenação de quem teve protagonismo na trama golpista tende a ser ainda maior”, avaliou um dos advogados. Outro defensor destacou que a posição de comando sempre agrava a pena: “Bolsonaro não tem saída”.  

A denúncia da PGR sustenta que o ex-presidente e seus aliados diretos – incluindo os ex-ministros Anderson Torres, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto, além do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e do ex-comandante da Marinha Almir Garnier – compunham o núcleo estratégico da suposta organização criminosa. “Deles partiram as principais decisões e ações de impacto social” relacionadas à tentativa de golpe, afirma o documento.  

Contrapontos e próximos passos

A defesa de Bolsonaro nega as acusações e tenta barrar o andamento do processo. Os advogados do ex-presidente solicitaram ao STF a anulação de testemunhos considerados cruciais pela PGR, alegando que foram obtidos sob pressão policial. Além disso, a estratégia da defesa inclui questionar a atuação do Ministério Público e argumentar que Bolsonaro jamais ordenou qualquer ação violenta contra as instituições.  

O julgamento do mérito das acusações deverá ocorrer no segundo semestre de 2025. Caso o STF aceite a denúncia, Bolsonaro e os demais acusados passarão a responder formalmente como réus. A decisão pode ter implicações políticas significativas e influenciar o cenário eleitoral nos próximos anos.

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Fonte: Brasil 247

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