O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (30), que considera o ano de 2025 “o mais importante” de seu terceiro mandato.
Lula relembrou o desmonte de políticas públicas promovido pelos governos anteriores e disse que o governo vai promover uma “grande colheita” daquilo que foi plantado nos últimos dois anos.
“Esse é o ano mais importante deste meu mandato, porque quando assumimos o governo, a gente tinha muita clareza da dificuldade que íamos encontrar. Era público que o país estava desmontado, as políticas públicas deixaram de existir, ministérios foram destruídos, instituições pararam de funcionar. Nós sabíamos que tínhamos que recuperar tudo.(...) Decidi que a gente deveria reconstruir o país para que a gente pudesse depois do mandato entregar o país da forma mais civilizada e democrática possível, com crescimento sustentável, com distribuição de renda e com a maior política de inclusão social que este país já teve conhecimento”, disse Lula.
“Por isso este ano é o ano mais importante do governo, porque é o ano em que a gente começa a grande colheita de tudo que foi plantado em 2023 e 2024. Foi quase que uma reconstrução das coisas do país para que a gente pudesse fazer o país voltar a funcionar, ser respeitado no mundo, que tenha importância no cenário político internacional. É isso que nós queremos agora trabalhar com o povo brasileiro”, completou.
Na sequência, o presidente falou aos jornalistas sobre a importância do diálogo para desmentir as notícias falsas e derrotar a extrema-direita. “Quero estabelecer com vocês que nós teremos mais conversas, quero me colocar à disposição de vocês para que a gente possa começar a derrotar definitivamente a mentira neste país. Não é possível o que está acontecendo no mundo com a democracia. A democracia, na verdade, será a grande derrotada se a gente permitir o crescimento da extrema direita no mundo inteiro, como está acontecendo, se a gente permitir a vitória da fake news, como está acontecendo, e se a gente permitir a mentira vitoriosa, ganhando da verdade”, alertou.
Lula também confirmou que vai retomar as viagens e percorrer o país em 2025. “Então este ano é um ano que eu vou me dedicar muito. Eu estou 100% pronto para começar a viajar o Brasil, começar a percorrer os estados brasileiros, visitar a sociedade brasileira e estabelecer uma conversa muito verdadeira para que a hora da verdade possa dizer para o país como nós estamos”, afirmou.
Economia - Durante sua fala, Lula também falou sobre o crescimento da economia brasileira. Segundo ele, o Brasil seguirá crescendo acima das previsões, assim oco ocorreu em outros mandatos. “Estou convencido de que vamos terminar o mandato em uma situação extremamente positiva. Vocês jornalistas mais experientes sabem do pessimismo que era este país quando eu cheguei à Presidência. O pessimismo era desde 2002, quando cheguei pela primeira vez. Os especialistas diziam que o Brasil estava quebrado, que o Brasil não podia fazer isso, que não tinha dinheiro para pagar suas importações, que não controlava a inflação, e este país terminou meu mandato com crescimento de 7,5%, maior crescimento do PIB, e com a maior política de inclusão social. Outra vez isso vai se repetir”, prometeu.
O presidente também destacou os resultados da indústria, defendendo a importância do programa Nova Indústria Brasil. “Há quanto tempo vocês não viam a indústria brasileira crescer? E a indústria brasileira voltou a crescer, com forte investimento público e privado, sobretudo a Nova Indústria Brasil, coordenada pelo companheiro Geraldo Alckmin, que está tendo um sucesso extraordinário e a indústria chegou a crescer 3,4%. É este Brasil que nós vamos discutir com o povo brasileiro em 2025 nas ruas”, disse.
COP 30 - Por fim, Lula falou sobre mudanças climáticas. Segundo o presidente, é preciso uma mobilização maior dos países para cumprir os acordos climáticos. “Temos que fazer uma luta muito grande nessa questão do clima. Não é uma coisa pequena. Se a gente não fizer uma coisa forte, essas COP vão ficar desmoralizadas, porque se aprovam as medidas, fica tudo muito bonito no papel e depois nenhum país cumpre”, criticou.
Lula citou o caso dos Estados Unidos, que anunciou a saída do Acordo de Paris após a posse de Donald Trump. “O Trump acabou e anunciar a saída do Acordo de Paris, mas os Estados Unidos já não tinham cumprido o Acordo de Kyoto. Ou seja, os países se comprometeram a dar US$100 bilhões por ano para os países em desenvolvimento em Copenhagen, em 2009, e até hoje não deram. Agora a necessidade é US$1,3 trilhão, e eu tenho certeza de que eles não vão dar. O nosso pessoal baixaram para US$300 bilhões, que também não vão dar”, disse.
O presidente concluiu destacando a importância da COP 30, que será realizada em Belém, em novembro deste ano. “Então é preciso que a gente faça uma discussão séria, se nós queremos discutir a questão do clima com seriedade, se queremos fazer com que haja uma transição energética de verdade, se queremos mudar o nosso planeta para a gente poder sobreviver nele e chegarmos a ter no máximo 1,5ºC de caloria, ou se vamos brincar de falar na questão do clima. Essa COP 30 vai ser um balizamento do que vamos querer daqui para frente”, completou.
Fonte: Com informações de Brasil 247