
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), de 45 anos, foi presa nessa terça-feira (29), em Roma, na Itália, após dois meses foragida da Justiça brasileira. Condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos e 8 meses de prisão por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica, ela foi localizada pela Interpol e autoridades italianas em um apartamento na capital, onde vivia desde o início de junho.
Zambelli, que possui cidadania italiana, foi transferida na quarta-feira (30) para o Instituto Penitenciário de Rebibbia, a maior prisão de Roma, com cerca de 260 mil metros quadrados e conhecida por enfrentar graves problemas de superlotação.
Rebibbia, Zambelli e Papa Francisco
A penitenciária de Rebibbia abriga três alas masculinas e uma feminina, onde a deputada está custodiada à espera da audiência de custódia, marcada para esta sexta-feira (1). O complexo também ganhou notoriedade internacional no fim de 2024, quando o papa Francisco abriu ali, pela primeira vez na história, uma “porta santa” dentro de uma prisão, marcando simbolicamente o início do Ano Jubilar.
Próximos passos
As próximas etapas do processo contra Zambelli envolvem a confirmação da prisão por parte da Justiça italiana e a análise de um eventual pedido de extradição pelo Brasil, que precisa ser formalizado em até 45 dias. Caso o pedido não seja apresentado nesse prazo, a deputada poderá ser liberada.
O governo brasileiro já iniciou os trâmites para solicitar a extradição por meio do Itamaraty e da embaixada brasileira em Roma. A Corte de Apelação da capital italiana será a responsável por julgar o pedido, em processo que pode se estender por meses. Há ainda a possibilidade de que Zambelli solicite asilo político, sob alegação de perseguição, o que será avaliado exclusivamente pelas autoridades italianas.
A defesa de Zambelli, por sua vez, afirma que ela se entregou voluntariamente, o que é contestado pela Polícia Federal. Atualmente, a parlamentar perdeu o mandato e seus direitos políticos. Presa em um dos presídios mais simbólicos da Itália, ela agora enfrenta e será julgada em um dos processos de extradição mais urgentes entre os dois países.
Fonte: Metrópoles e Brasil de Fato