
O PL colocou como foco prioritário a nomeação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para a presidência da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados. De acordo com Andréia Sadi, do g1, a decisão ganhou força após o PT solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a apreensão do passaporte do parlamentar, alegando suspeitas de envolvimento em um suposto atentado contra a soberania nacional.
O ministro Alexandre de Moraes encaminhou o pedido para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR), que ainda não se manifestou oficialmente. Inicialmente, o PL não considerava a presidência da comissão como sua principal prioridade, mas a investida do PT mudou os planos, tornando essa nomeação um objetivo central da legenda.
O partido pretende usar a comissão como plataforma para amplificar críticas tanto a Moraes quanto ao governo do presidente Lula (PT). Segundo integrantes do PL, o movimento do STF contra Eduardo Bolsonaro fortaleceu ainda mais a estratégia de tornar a comissão um palanque de oposição.
Jair Bolsonaro (PL) também se manifestou sobre o caso. Em uma postagem na rede social X, ele sugeriu que o pedido de apreensão do passaporte de seu filho teria como objetivo impedi-lo de assumir a comissão, que será responsável por avaliar acordos entre Brasil e China firmados durante a cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro em novembro do ano passado.
Aliados de Eduardo Bolsonaro dentro do PL enxergam esses acordos como de grande interesse do governo Lula. Dessa forma, a presença do deputado na presidência da comissão seria vista como uma barreira potencial a esses trâmites. Ao mesmo tempo, avaliam que a tentativa de barrar Eduardo Bolsonaro pode acabar por aumentar a exposição de Moraes no debate, algo que o partido pretende explorar ao máximo.
O PL, como partido com a maior bancada da Câmara, tem direito às duas primeiras escolhas na distribuição das presidências das comissões. Além da Comissão de Relações Exteriores, também considera a possibilidade de assumir a Comissão de Saúde e a poderosa Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), uma das mais importantes do Congresso.
A definição oficial do PL sobre o tema deve ocorrer até a próxima quinta-feira (13).
Fonte: Brasil 247