Política

ATAQUES

Ataques a Janja revelam misoginia e tentativa esconder êxito da viagem de Lula à China

Primeira-dama Rosângela Lula da Silva é alvo de misoginia por parte da extrema direita; especialistas denunciam estratégia política para deslegitimar ações do governo

Da Redação

Sexta - 16/05/2025 às 18:51



Foto: Piauí Hoje Jornalistas Luiz Brandão, Roberto Jhon e Malu Barreto
Jornalistas Luiz Brandão, Roberto Jhon e Malu Barreto

A primeira-dama do Brasil, a socióloga Rosângela Lula da Silva, mais conhecida como Janja, vem sendo alvo de ataques misóginos e machistas nas redes sociais. Os principais autores das agressões são representantes do bolsonarismo e da extrema direita, segundo destacaram os jornalistas Malu Barreto, Luiz Brandão e o professor e doutor em Ciência Política, Roberto John, em um debate sobre o tema.

Durante o encontro, no portal Piauí Hoje, os participantes analisaram a origem dos ataques e ressaltaram que o incômodo com Janja tem raízes profundas no machismo estrutural presente na sociedade brasileira. “Algumas pessoas ainda veem a mulher como um ser que deve ocupar um lugar secundário: na cozinha, cuidando dos filhos. Mas Janja representa essa nova mulher, solar, que debate, discute e ocupa espaços políticos com legitimidade”, afirmou o professor Roberto John.

Janja é militante do Partido dos Trabalhadores desde antes de conhecer o presidente Lula. Seu posicionamento público e atuação ativa contrastam com o papel tradicional e figurativo que outras primeiras-damas tiveram no Brasil. “Ela não quer ser apenas a mulher do presidente. É uma socióloga politizada, esclarecida, com voz ativa e que participa das discussões públicas”, reforçou John.

Os ataques se intensificaram após declarações da primeira-dama sobre a situação das mulheres e das crianças no Brasil, inclusive citando o caso da morte de uma criança vítima de envenenamento, supostamente influenciado por discursos de ódio nas redes sociais. Ela também defendeu a regulamentação das plataformas digitais, o que, segundo os debatedores, desagradou setores que se beneficiam da ausência de regras e punições no ambiente digital.

“A liberdade de expressão não pode ser confundida com liberdade para cometer crimes, atacar mulheres, crianças, negros, pessoas LGBTQIA+ e imigrantes”, afirmou Luiz Brandão. “É preciso haver regulamentação. As redes sociais não podem continuar sendo balcões para o crime.”

Para os analistas, os ataques a Janja fazem parte de uma tentativa orquestrada de desviar a atenção da opinião pública sobre os resultados positivos da recente viagem do presidente Lula à China. Durante a visita, foram firmados acordos bilionários de investimentos chineses no Brasil, com destaque para projetos de infraestrutura, como a integração ferroviária do Nordeste com a ferrovia Norte-Sul.

A grande mídia, segundo os debatedores, também teria contribuído para esse desvio de foco. “Em vez de noticiar os investimentos bilionários anunciados, portais ligados à extrema direita preferiram destacar o preço do café no hotel onde o presidente Lula estava hospedado — sendo que os custos foram todos pagos pelo governo chinês, uma vez que Lula foi convidado oficial”, lembrou Malu Barreto.

A polêmica aumentou quando, segundo fontes da comitiva presidencial, o presidente Lula pediu apoio ao presidente chinês Xi Jinping para discutir a regulamentação das redes sociais no Brasil. A solicitação foi deturpada por jornalistas que sugeriram, sem provas, que Lula teria solicitado censura ao TikTok, o que não ocorreu.

“Há uma cortina de fumaça sendo criada para encobrir o êxito da missão internacional. E Janja, por ser mulher, ativa e politizada, torna-se um alvo preferencial desses ataques. Mas a verdade é que ela apenas expressou opiniões legítimas sobre temas fundamentais da sociedade”, concluiu Roberto John.

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