Jair Bolsonaro (PL) segue apostando em uma saída política para reverter sua inelegibilidade, que vai até 2030, e planeja registrar sua candidatura ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2026. De acordo com aliados ouvidos pela jornalista Andréia Sadi, do g1, Bolsonaro espera até a última decisão judicial, prolongando o debate sobre um possível sucessor na direita.
O plano de Bolsonaro é manter sua candidatura até onde for possível, pressionando e aguardando decisões judiciais que podem acontecer após abril de 2026, quando o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), precisaria deixar o cargo caso deseje disputar a Presidência.
Caso sua candidatura seja inviabilizada, Bolsonaro escolherá um sucessor, possivelmente dentro de sua própria família. Esse cenário é bem recebido por aliados de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que avaliam que a estratégia de Bolsonaro interdita o debate e fragmenta a direita, atrasando a escolha de um candidato competitivo contra Lula.
Outro ponto importante para Bolsonaro é a ajuda internacional, especialmente do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do bilionário Elon Musk. Seus aliados acreditam que a Casa Branca possa influenciar o cenário político brasileiro.
No Supremo Tribunal Federal (STF), a ideia é julgar os processos envolvendo Bolsonaro até o fim de 2025. Para acelerar os trâmites, ministros contam com uma denúncia fatiada da Procuradoria-Geral da República (PGR) e a atuação de juízes auxiliares, semelhante ao que ocorreu no caso do mensalão.
Integrantes da Corte não têm dúvidas sobre a participação de Bolsonaro no golpe, mas ainda há incertezas sobre o envolvimento de personagens menores, especialmente civis. Quanto a Bolsonaro, a avaliação é de que não seria possível o golpe estar em andamento sem uma coordenação do chefe do Executivo. As investigações esperam descobrir novas informações, especialmente do núcleo de Braga Netto, preso em dezembro, e de seu assessor, o coronel Peregrino, considerado o "Mauro Cid de Braga Netto".
Fonte: Brasil 247