
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou neste sábado (24) que o governo federal lançará ainda neste mês novos programas sociais, entre eles uma linha de crédito para reforma de moradias populares e uma nova versão do Vale Gás.
“Isso [os novos programas] será anunciado este mês, porque mês que vem vou começar a fazer política”, afirmou o presidente durante cerimônia de lançamento do Programa Solo Vivo, em Campo Verde, no Mato Grosso. Segundo Lula, o foco do governo é, neste momento, apresentar soluções concretas para a população mais pobre, antes de se engajar de forma mais intensa na arena política.
O evento contou com a presença majoritária de assentados da reforma agrária e foi realizado em um Estado historicamente adverso ao presidente, marcado pela forte presença do agronegócio. Em sua fala, Lula defendeu o papel dos pequenos agricultores e reforçou a importância de democratizar o acesso à tecnologia no campo. “O que essas máquinas vão provar é que não é verdade que o pequeno agricultor é incompetente e o grande é competente”, declarou. “Quando você permite que a tecnologia chegue aos pequenos produtores, eles terão chance de ter a mesma produtividade dos grandes.”
O presidente também fez um duro pronunciamento contra a proliferação de desinformação no debate público. “Não vamos permitir que a mentira, a canalhice, a fake news ganhem espaço e a verdade seja soterrada”, disse. “Estamos vendo a política ganhar uma dimensão de mentira, de gente que não sabe viver democraticamente.”
O Programa Solo Vivo, lançado no evento, tem como objetivo fornecer equipamentos e tecnologia para que a agricultura familiar e os pequenos produtores aumentem sua eficiência e capacidade de produção. A medida é vista como um contraponto à concentração de recursos e incentivos nas mãos do agronegócio de larga escala.
As falas de Lula indicam uma nova etapa do seu governo, marcada por um reequilíbrio entre a gestão administrativa e a mobilização política. O anúncio de novos programas sociais ainda em maio se insere na estratégia de reforçar a popularidade do governo entre as camadas mais vulneráveis da população, ao mesmo tempo em que prepara o terreno para um enfrentamento mais direto com a oposição e a extrema direita nas redes e no Congresso.
A partir de junho, segundo o próprio presidente, o Planalto deve voltar suas atenções com mais intensidade à articulação política nacional, num momento em que disputas sobre orçamento, pautas conservadoras e regulamentações importantes ganham centralidade na agenda do Legislativo.
Fonte: Brasil247