
Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, preso nesta sexta-feira (12) em uma nova fase da Operação Sem Desconto da Polícia Federal (PF), estava se livrando de sua frota de carros de luxo e planejava fugir do país. As informações, reveladas pelo portal Metrópoles, são de um depoimento de um ex-funcionário do lobista, que se disse ameaçado de morte.
Segundo o depoimento de Edson Claro Medeiros Junior à PF, Antunes começou a dilapidar seu patrimônio logo após a primeira fase da operação, em abril. Ele teria dito ao ex-funcionário que precisava "levantar dinheiro, fechar as torneiras, dispensar os empregados e que iria para os Estados Unidos". A PF acredita que as investigações haviam vazado para os suspeitos.
O ex-funcionário relatou ainda que o "Careca do INSS" usava a compra e venda de carros de luxo como forma de "lavar dinheiro" e que viajava de carro para Brasília com altas quantias em espécie "todas as sextas-feiras". A testemunha também afirmou que Antunes pretendia deixar seu filho encarregado de administrar um call center para realizar consignados fraudulentos em prejuízo dos aposentados.
O depoimento foi crucial para a PF solicitar a prisão de Antunes, que é acusado de ser um dos principais operadores de um esquema de fraudes que causou um prejuízo de R$ 6,3 bilhões ao INSS. Ele é suspeito de pagar propina a diretores do órgão para fraudar filiações e permitir descontos indevidos em aposentadorias. Um dos seus contratos previa uma comissão de 27,5% sobre cada valor descontado de aposentados.
Quem é o “Careca do INSS”
Ex-superintendente de marketing de uma gigante do ramo de planos de saúde, Antonio Carlos Camilo Antunes é um lobista que atua em Brasília e ganhou o apelido de “Careca do INSS” pela influência que tem dentro do órgão federal. Ele é suspeito de pagar propina a diretores do INSS para favorecer entidades envolvidas no bilionário esquema de descontos indevidos, fraudando filiações de aposentados.
Um contrato da empresa de consultoria dele, a Prospect, com uma das entidades investigadas, o Cebap, mostra que o lobista recebia uma comissão de 27,5% sobre cada valor descontado de aposentados pelas associações para as quais atuou.
Dez meses após assinar o contrato com o “Careca do INSS”, o faturamento do Cebap com os descontos saltou de R$ 574 mil para R$ 9,9 milhões por mês.
Segundo a PF, ele teria pagado propina ao ex-diretor de Benefícios André Fidelis, que autorizava os acordos com as entidades suspeitas, ao ex-diretor de Integridade Alexandre Guimarães, e ao ex-procurador-geral do INSS Virgílio Oliveira Filho.
Fonte: Metrópoles