
O papa Leão propôs oficialmente que o Vaticano seja sede para futuras conversações de paz entre Rússia e Ucrânia. A proposta foi feita nesta quarta-feira (9), durante uma reunião com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy, realizada em Castel Gandolfo, cidade próxima a Roma onde o pontífice passa férias de duas semanas.
Segundo comunicado divulgado pelo Vaticano, além da oferta para intermediar o diálogo entre os dois países em guerra, o papa e Zelenskiy discutiram “a necessidade urgente de uma paz justa e duradoura”. O encontro reforça os esforços diplomáticos da Santa Sé para buscar uma saída negociada para o conflito, que já ultrapassa três anos e causou milhares de mortes, destruição em larga escala e uma crise humanitária sem precedentes na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Encontro da paz
Castel Gandolfo, tradicional residência papal de verão, foi o local escolhido para o encontro por conta da estadia temporária do pontífice, que permanece fora do Vaticano durante o período de descanso. Ainda assim, o gesto simbólico do papa, ao receber Zelenskiy pessoalmente, sinaliza a continuidade do engajamento da Igreja Católica com a causa da paz na região do Leste Europeu.
Zelenskiy está na Itália para participar da Conferência de Recuperação da Ucrânia, que acontece nos dias 10 e 11 de julho. O evento reúne autoridades internacionais, organizações multilaterais e representantes do setor privado com o objetivo de debater estratégias para a reconstrução de longo prazo do país, que tem sido devastado desde a invasão russa iniciada em fevereiro de 2022.
O Vaticano já havia se colocado anteriormente como mediador potencial em iniciativas de diálogo, mas a proposta direta de sediar as conversações representa um novo passo na tentativa de contribuir com o fim das hostilidades. Até o momento, Moscou não respondeu publicamente à oferta.
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