Em uma entrevista de quase 90 minutos no canal do streamer e youtuber Hasan Piker, a jovem Vivian Jenna Wilson voltou a falar sobre seu afastamento do pai, Elon Musk, e contestou duramente a imagem que o bilionário tentou projetar por anos como um defensor de causas progressistas. A conversa aconteceu dias após a publicação de um perfil na revista Teen Vogue.
Durante a live com Piker, Wilson foi categórica ao afirmar que Musk "nunca foi de esquerda", mesmo tendo se apresentado publicamente como defensor de carros elétricos e da energia limpa. "As pessoas acham que ele era um queridinho dos liberais. Eu o conheço, ele nunca foi de esquerda. Foi um esquema de marketing", disse.
Em outro momento, ela chamou a Tesla, empresa fundada por Musk, de "esquema Ponzi" - um "esquema Ponzi" é um tipo de golpe financeiro no qual os organizadores prometem altos lucros com baixo risco para os investidores, mas na verdade pagam esses rendimentos com o dinheiro que entra de novos participantes, e não com lucros reais obtidos por meio de investimentos legítimos.
A relação entre pai e filha é marcada por distanciamento e traumas. Segundo Wilson, sua transição de gênero é frequentemente usada para justificar a guinada de Musk à extrema-direita, algo que ela refuta com veemência. "As pessoas acham que a culpa é minha", declarou. "Não posso levar o crédito por isso, infelizmente." Ela ainda afirmou que "as pessoas pensam que vivemos num romance e que [a transição] é uma motivação trágica de personagem. Isso não é um romance. Eu não sou a razão."
Vivian contou que a radicalização política do pai se intensificou com a pandemia de Covid-19. Em uma das últimas interações entre os dois, houve uma discussão sobre o uso de máscaras, momento em que Musk enviou à filha um gif de uma ovelha com a legenda "pare de ser um rebanho". Ela classificou a atitude como "cringe".
A entrevista também trouxe memórias de infância. Vivian relembrou seus tempos na escola Astra Nova, fundada por Musk no campus da SpaceX, onde havia até mesmo uma disciplina focada em ensinar o uso do Excel. "Era uma escola esquisita", resumiu. Ao ser questionada sobre a rotina de trabalho do pai, disse que não se lembra de muitos detalhes, mas relatou uma cena que a marcou: "Ele estava gritando com funcionários dentro do carro enquanto [meus irmãos e eu] assistíamos, horrorizados."
Em tom de indignação, Wilson criticou a forma como o pai foi comparado a gênios da inovação, mesmo não tendo, segundo ela, envolvimento técnico nas empresas que dirige. "Eu pensava: ‘meu Deus, não acredito que isso está acontecendo’. Descobri que, se você mente e as pessoas acreditam, elas vão achar que você é inteligente, ou Deus, ou ‘Tony Stark’. Eu odeio isso, ele não projeta nada!".
Fonte: Brasil 247
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