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Ártico está em perigo e pode afetar o mundo todo; entenda as consequências

Temperaturas recordes tem atingido a região, levando a eventos históricos naturais que tem impacto mundial

Da Redação

Quinta - 13/03/2025 às 12:00



Foto: Reprodução Ártico
Ártico

O Ártico tem fascinado os seres humanos por muitos anos, mas agora apresenta sinais preocupantes. A região, que está se descongelando rapidamente, é motivo de preocupação entre os cientistas, especialmente com a decisão da administração Trump de retirar os EUA de acordos climáticos globais e enfraquecer as agências científicas.

No mês passado, o Ártico teve temperaturas 10 ºC acima da média, e no final do mês, o gelo marinho alcançou o nível mais baixo já registrado para fevereiro, marcando o terceiro mês consecutivo de recordes. Além disso, a região enfrentou incêndios florestais intensos, que geram poluição e contribuem para o aquecimento global.

Esses eventos reforçam a ideia de que o Ártico está em um “novo regime”, onde as temperaturas e a perda de gelo marinho são mais extremas do que no passado, como relatado pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica.

Impacto global

O Ártico desempenha um papel crucial no equilíbrio climático global, funcionando como um “sistema de ar condicionado” para o planeta, como explica Twila Moon, cientista do Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo. Sua perda acelera o aquecimento global, aumenta o nível do mar e causa condições meteorológicas extremas.

O Ártico está agindo como um “alerta precoce” para as mudanças climáticas. Embora devesse estar atingindo seu pico de gelo nesta época do ano, a região está registrando mínimos históricos. Mika Rantanen, do Instituto Meteorológico Finlandês, expressou preocupação de que isso possa ser um sinal de um novo recorde de perda de gelo no verão.

De acordo com cientistas, o Ártico pode ficar sem gelo no verão antes de 2050, mesmo que o mundo pare de emitir poluentes. O gelo marinho reflete a luz solar, ajudando a regular a temperatura da Terra. Quando diminui, mais calor é absorvido pelo oceano, o que acelera o aquecimento global.

O calor extremo no início de fevereiro foi um dos maiores já registrados, com temperaturas no Ártico subindo quatro vezes mais rápido do que a média global. Isso está gerando uma mudança na paisagem da região, com o degelo do permafrost liberando gases como dióxido de carbono e metano, que intensificam o aquecimento.

Mudanças no ecossistema

O degelo e os incêndios estão alterando o ecossistema da região. Durante milhares de anos, a tundra do Ártico armazenou carbono, mas agora está liberando mais carbono do que consegue armazenar devido aos incêndios e ao degelo. Essas mudanças são aceleradas e alteram fundamentalmente o ambiente local.

Efeitos globais

O aquecimento do Ártico está derretendo rapidamente as geleiras e os mantos de gelo, contribuindo para o aumento do nível do mar. A camada de gelo da Gronelândia já libera cerca de 280 bilhões de toneladas de gelo por ano, o suficiente para cobrir Manhattan com um gelo de 3 km de espessura.

Além disso, o rápido aquecimento da região enfraquece a corrente de jato, o que altera os padrões climáticos e pode gerar ondas de calor mais longas, secas prolongadas e tempestades intensas. Jennifer Francis, do Woodwell Climate Research Center, explica que isso afeta milhões de pessoas.

Os cientistas afirmam que, se os humanos pararem de emitir gases de efeito estufa, algumas mudanças podem ser revertidas, mas em escalas de centenas a milhares de anos. Muitas dessas alterações, no entanto, são vistas como irreversíveis.

Desafios para a pesquisa

A guerra na Ucrânia e os cortes nas agências científicas dos EUA complicaram a pesquisa sobre o Ártico. A exclusão de cientistas russos da colaboração internacional prejudica o monitoramento da região. Além disso, os cortes de empregos científicos nos EUA dificultam a coleta de dados essenciais para entender a rapidez das mudanças.

O que está acontecendo no Ártico é um reflexo claro de como os seres humanos podem mudar a face do planeta. A rapidez das mudanças e o impacto global mostram o quanto podemos destruir ambientes inteiros com nossas ações.

Fonte: Com informações da CNN

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