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Após derrota nas eleições europeias, Macron dissolve parlamento francês e convoca nova eleição

Macron expressou sua preocupação com a ascensão dos nacionalistas, classificando-a como um perigo para a Europa

Da Redação

Segunda - 10/06/2024 às 10:50



Foto: Johanna Geron/REUTERS Emmanuel Macron durante evento de líderes da União Europeia em 15 de dezembro de 2023
Emmanuel Macron durante evento de líderes da União Europeia em 15 de dezembro de 2023

Em uma decisão surpreendente, o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou no domingo (9) a dissolução do parlamento francês e convocou novas eleições, em meio à recente derrota de seu partido, o REM, nas eleições do Parlamento Europeu para o partido de Marine Le Pen, do movimento populista de extrema-direita, Reunião Nacional (RN).

Macron expressou sua preocupação com a ascensão dos nacionalistas, classificando-a como um perigo para a Europa. "O resultado das eleições da União Europeia não é favorável ao meu governo", declarou o presidente.

"Decidi devolver a vocês a escolha do nosso futuro parlamentar por meio do voto. Portanto, estou dissolvendo a Assembleia Nacional", anunciou Macron.

A nova votação ocorrerá em dois turnos, marcados para 30 de junho (1º turno) e 7 de julho (2º turno).

A decisão de Macron coincide com a divulgação dos primeiros resultados das eleições parlamentares da União Europeia, onde institutos de pesquisa franceses projetam o partido de extrema-direita, Reunião Nacional, à frente dos demais.

Liderado por Jordan Bardella, o Reunião Nacional obteve cerca de 32% dos votos na eleição, mais que o dobro dos 15% da chapa de Macron, de acordo com as primeiras pesquisas apuradas pela agência de notícias Reuters.

"Estamos prontos para assumir o poder se os franceses nos derem sua confiança nas próximas eleições nacionais", afirmou Marine Le Pen durante um comício.

Le Pen descreveu sua vitória como um evento "histórico" e se mostrou pronta para as novas eleições.

Marine Le Pen tentou se posicionar como uma figura dominante, com histórico de posturas xenofóbicas e de proximidade com a Rússia.

As siglas conservadoras e de extrema-direita da Europa, incluindo o partido de Le Pen, concordam em pontos controversos, como a contenção de imigrantes e a revogação das regulamentações ambientais, mas têm fortes divergências, especialmente em relação ao apoio à Ucrânia.

O plano de Le Pen é formar um grupo de nacionalistas que possa influenciar a política europeia para a direita e, para isso, busca alianças, como com Meloni, do partido italiano. Em entrevista ao jornal italiano "Corriere della Sera", a líder francesa defendeu a união no continente. "Não devemos perder uma oportunidade como esta", disse Le Pen.

"Um caminho possível seria fornecer uma liderança estável à UE e demonstrar como os moderados podem lidar de forma inteligente com a direita populista. A questão já não é se os populistas podem ser contidos, mas sim como responder à sua ascensão", escreveu a The Economist.

As eleições para o Parlamento Europeu ocorrem em cada um dos 27 países do bloco, com cada nação elegendo seus respectivos eurodeputados. A Alemanha detém o maior número de cadeiras, com 96, enquanto Malta e Luxemburgo possuem apenas seis. No total, serão 720 eurodeputados no Parlamento.

Em 22 de maio, o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, convocou eleições antecipadas e dissolveu o Parlamento. As novas eleições, segundo Sunak, estão agendadas para 4 de julho.

Fonte: G1

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