
A Universidade Federal do Piauí (UFPI) lamentou profundamente o falecimento da renomada arqueóloga Niède Guidon, ocorrido nesta quarta-feira (4), em São Raimundo Nonato, no Sul do Piauí. A reitora Nadir Nogueira decretou luto oficial de três dias no âmbito da instituição em reconhecimento à contribuição da cientista para a pesquisa e a valorização do patrimônio arqueológico brasileiro.
A UFPI destacou que Niéde Guidon é uma das maiores personalidades da ciência no Brasil e no mundo, e que dedicou mais de cinco décadas à preservação e ao estudo do Parque Nacional da Serra da Capivara, considerado hoje um dos mais importantes sítios arqueológicos do planeta.
"Sua atuação foi determinante para a revelação de vestígios da presença humana nas Américas com datações significativamente anteriores às teorias até então aceitas, desafiando paradigmas e abrindo novos horizontes para a arqueologia mundial", disse a UFPI em nota.
A universidade lembrou que desde 1973, a pesquisadora liderou expedições arqueológicas no Piauí e coordenou um projeto de relevância internacional que culminou com a criação da Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM), instituição que contribuiu para transformar São Raimundo Nonato em referência mundial em arqueologia, educação patrimonial e turismo cultural.
"A Universidade Federal do Piauí teve a honra de apoiar e participar de importantes momentos dessa trajetória".
Em 10 de julho de 2024, a arqueóloga e cientista foi agraciada com título de doutora honoris causa pela UFPI, a maior honraria dos segmentos honoríficos da Universidade.
"Niède Guidon deixa um legado de compromisso com a ciência, com a valorização da memória ancestral e com o desenvolvimento social e cultural do semiárido piauiense. Sua contribuição continuará inspirando gerações de pesquisadores e cidadãs e cidadãos comprometidos com a história e o conhecimento. Neste momento de dor, a UFPI se solidariza com familiares, amigos, colegas, ex-alunos e toda a comunidade científica, reafirmando seu respeito e reconhecimento pela trajetória da professora Niède Guidon", disse a universidade.