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NOTA DE PESAR

“Niède Guidon deixa um legado inestimável para toda a humanidade”, diz Sinsep-PI

Em nota, o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado do Piauí presta homenagem à trajetória de Niéde, destacando sua contribuição histórica para a arqueologia

Da Redação

Quinta - 05/06/2025 às 12:53



Foto: Arte montagem Laisa Mendes O portal Piauí Hoje faz homenagem à Dra Niède Guidon
O portal Piauí Hoje faz homenagem à Dra Niède Guidon

O Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado do Piauí (Sinsep-PI) divulgou, nesta quinta-feira (5), uma nota de pesar lamentando profundamente o falecimento da arqueóloga e pesquisadora Niède Guidon, aos 92 anos, ocorrido no dia 4 de junho, em São Raimundo Nonato, Sul do Piauí.

Na nota, o Sinsep-PI presta homenagem à trajetória de Niéde, destacando sua contribuição histórica para a arqueologia e sua importância para o Piauí, o Brasil e o mundo. O sindicato enaltece o protagonismo da pesquisadora na consolidação do Parque Nacional Serra da Capivara como referência internacional, além de seu pioneirismo nas pesquisas sobre o povoamento das Américas.

O Sinsep-PI também lembrou da criação da Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham), em 1984, sob a liderança de Niéde, e do seu engajamento com as comunidades locais, promovendo a valorização do patrimônio arqueológico e cultural da região.

“Niède Guidon deixa um legado inestimável para toda a humanidade e suas pesquisas são fonte de orgulho e inspiração para todo o Piauí e o Brasil”, afirma a nota publicada pelo sindicato, que expressou solidariedade a familiares, amigos e a todos os que reconhecem a grandiosidade de sua obra.

Confira a nota do Sinsep-PI na íntegra:

O Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado do Piauí (Sinsep-PI) lamenta com profundo pesar o falecimento da arqueóloga e pesquisadora Niéde Guidon, ocorrido nesta quarta-feira, 4 de junho, em São Raimundo Nonato-PI, aos 92 anos de idade.

Nascida na cidade de Jaú-SP, graduou-se em História pela USP em 1959 e fez especialização em Arqueologia Pré-Histórica na Universidade Sorbone, em Paris (1961-1962), tendo retornado logo em seguida ao Brasil. Após o golpe de 1964 foi obrigada a se exilar na França para não ser presa pela ditadura militar. Niéde visitou o Piauí no ano de 1970 e em 1973 começou um trabalho de pesquisa na região da Serra da Capivara que posteriormente viria a se tornar um Parque Nacional com mais de 400 sítios arqueológicos. A arqueóloga era conhecida mundialmente pelos seus trabalhos sobre a arte rupestre e o processo de povoamento das Américas, tendo revolucionado a ciência e as teorias tradicionais ao comprovar que os vestígios arqueológicos mais antigos da presença do homem americano datavam de 100 mil anos e de que este processo de deslocamento do homem pré-histórico partira da África, atravessando o oceano Atlântico. Até então, a teoria aceita pela comunidade acadêmica e apresentada por pesquisadores norte-americanos era de que esse processo datava de 13 mil anos e que o deslocamento viera do Estreito de Bering, entre a Sibéria (Rússia) e o Alaska (EUA). Niéde, transformou sua teoria inovadora em evidencia científica e revolucionou a arquelogia, colocando o Piauí como uma referencia internacional na área.

A pesquisadora liderou um projeto que culminou em 1984 com a criação do Museu do Homem Americano (Fumdham), declarada de utilidade pública federal em 1991 por decreto presidencial. Seu trabalho científico dialoga com a comunidade da região do Parque da Serra da Capivara, onde homens, mulheres e crianças são protagonistas na conservação e divulgação dos conhecimentos deste patrimônio natural mundial.

Niéde Guidon deixa um legado inestimável para toda a humanidade e suas pesquisas são fonte de orgulho e inspiração para todo o Piauí e o Brasil. O Sinsep-PI se solidariza aos amigos, familiares e a todos que reconhecem a grandiosidade e exemplo de vida desta mulher notável.

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