Um projeto da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) está desenvolvendo um modelo moderno de monitoramento para a cultura do caju, com o objetivo de reverter a queda de produtividade que o estado enfrenta. A iniciativa, intitulada “Fruticultura de Precisão: Inovação no Manejo da Cajucultura com Integração de Solo, Fitossanidade e Drones”, é coordenada pela professora Melissa Oda Souza, do curso de Engenharia Agronômica, e foi financiada pelo edital Uespi-Tech II.
Com um investimento de R$ 24.962,09, o projeto busca criar diagnósticos precisos que orientem produtores sobre as melhores práticas de manejo. A motivação veio da queda de mais de 21% na produtividade entre 2020 e 2021, agravada por problemas com pragas, doenças e a falta de tecnologias acessíveis de monitoramento.
Estudantes realizaram georreferenciamento da área de estudo e voos com drone
A pesquisa propõe integrar três tipos de informação: a análise química e física do solo, a avaliação da sanidade das plantas e imagens aéreas captadas por um drone. A proposta é cruzar esses dados para criar mapas temáticos que apontem, de forma precisa, onde estão os problemas e quais as intervenções necessárias em cada ponto do pomar.
As atividades práticas já começaram. A equipe, que conta com a participação direta de oito alunos de Engenharia Agronômica, realizou o georreferenciamento da área de estudo e voos com drone. Também foram coletadas amostras de solo em 30 pontos, que foram enviadas para análise em laboratório.
As próximas etapas incluem campanhas de diagnóstico para pragas e doenças específicas, como a mosca-branca, o oídio, a antracnose e nematoides. Paralelamente, as imagens de drone serão processadas. A integração de todas essas informações resultará em recomendações técnicas personalizadas para o manejo.
Pesquisadores vão cruzar esses dados e apontar intervenções necessárias em cada pomar
Um aspecto social importante do projeto é sua localização. Após um incêndio na área inicialmente planejada, a pesquisa foi realocada para a Fazenda da Paz, instituição que acolhe pessoas em situação de vulnerabilidade e tem na produção de cajuína uma fonte de renda. A aplicação da fruticultura de precisão no local visa melhorar a qualidade dos frutos e do produto final, gerando impacto econômico e social.
Parte dos recursos do edital foi usada na aquisição de equipamentos essenciais, como um drone DJI Mini 4 Pro, uma estufa de secagem, um medidor de pH portátil e um coletor de dados climáticos. Esses itens vão permanecer na universidade, estruturando um núcleo de pesquisa aplicada para o curso.
A equipe conta com a participação direta de oito alunos de Engenharia Agronômica
Além da pesquisa em si, está prevista para 2026 a oferta de cursos de extensão em geotecnologias e agricultura de precisão, destinados a alunos, produtores rurais e técnicos agrícolas. Para a professora Melissa Oda, o projeto permite que os estudantes vivenciem metodologias reais de pesquisa e se aproximem da realidade do produtor, em uma formação que integra teoria, prática e impacto social concreto.
Fonte: Governo do Estado
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