O Ministério Público do Ceará (MPCE) deflagrou, no último sábado (15), a operação "Echo Chamber" para apurar ameaças e campanhas de ódio contra Maria da Penha Fernandes, ativista que inspira a Lei nº 11.340/2006, marco no combate à violência doméstica no Brasil. A ação contou com apoio de Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de outros estados e tem como alvo grupos digitais que promovem desinformação e ataques misóginos.
Segundo o MP, os envolvidos utilizavam redes sociais para espalhar fake news e discursos que distorcem os fatos relacionados ao caso de Maria da Penha, vítima de tentativa de feminicídio em 1983. Uma das investigações identificou um suspeito no Espírito Santo, acusado de liderar publicações que associavam a ativista a narrativas falsas, amplamente difundidas por seguidores com discursos de ódio.
A operação resultou em mandados de busca e apreensão, com recolhimento de equipamentos eletrônicos para análise. A conta no Instagram de um dos suspeitos foi suspensa por 90 dias. Maria da Penha foi incluída no programa de proteção a defensoras de direitos humanos e recebeu reforço em sua segurança pessoal.
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, destacou que a gravidade dos ataques exige respostas imediatas e classificou o caso como um reflexo da escalada da violência digital contra mulheres. A ativista, reconhecida internacionalmente, continua sendo alvo de campanhas para desacreditar vítimas de violência doméstica, conduzidas por grupos conhecidos como "red pills" e "masculinistas".
A operação segue em andamento, e o MP reafirma o compromisso de responsabilizar os envolvidos nos ataques. Maria da Penha é considerada um dos maiores símbolos na luta pelos direitos das mulheres, com a legislação que leva seu nome sendo referência mundial no combate à violência de gênero.
Fonte: Com informações do Brasil 247
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