Políticos estão se tornando cada vez mais parecidos com influenciadores digitais para os jovens latino-americanos, especialmente os que usam redes sociais para engajar o público. Um estudo do InternetLab, divulgado pela Folha de S. Paulo, mostra que essa tendência está moldando a forma como os jovens, de 16 a 24 anos, enxergam a política.
A pesquisa ouviu mais de 350 jovens do Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e México, identificando políticos que utilizam memes, lives e danças no TikTok para se conectar. No Brasil, nomes da direita como Jair Bolsonaro e Nikolas Ferreira lideram as preferências, enquanto Gabriel Boric (Chile) e Claudia Sheinbaum (México) são destaques progressistas em outros países.
Embora Lula seja citado em perguntas fechadas, ele não aparece entre os mais espontaneamente mencionados, indicando que sua atuação nas redes é percebida de forma diferente. Políticos como Nayib Bukele, presidente de El Salvador, são admirados por se comunicarem diretamente com a população, sem depender da mídia tradicional.
No entanto, a pesquisa aponta desafios. Muitos jovens brasileiros evitam debates políticos por cansaço, e a rapidez das redes sociais pode entrar em conflito com os processos mais lentos da política tradicional. A busca por autenticidade e soluções rápidas exige que políticos ajustem seu comportamento, mas isso pode reforçar expectativas desalinhadas com a realidade.
O estudo conclui que, apesar do apelo dos “políticos influenciadores”, a complexidade da política tradicional ainda precisa ser melhor compreendida pelos jovens.
Fonte: Brasil 247