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Desinformação é principal risco global para 2025, afirma Unesco

Tawfik Jelassi destaca a urgência de regulamentar plataformas digitais e unir países para combater as fake news

Da Redação

Terça - 20/05/2025 às 09:30



Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil Diretor-geral adjunto de Comunicação e Informação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Tawfik Jelassi
Diretor-geral adjunto de Comunicação e Informação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Tawfik Jelassi

A desinformação é vista como o maior risco global para 2025 e para os próximos anos, superando questões como mudanças climáticas, crise ambiental, migrações, violência e terrorismo. Essa avaliação é de Tawfik Jelassi, diretor-geral adjunto da UNESCO, que esteve no Brasil recentemente para participar de um evento. Segundo ele, os países ainda não estão preparados para lidar com a desinformação e precisam agir urgentemente para combatê-la.

Jelassi defende que todos os países devem criar regulamentações para as redes sociais e, mais importante, que haja uma ação global coordenada para enfrentar o problema da desinformação, já que as plataformas digitais não têm fronteiras nacionais. Ele lembra que as plataformas são globais e podem espalhar informações rapidamente, o que dificulta a correção de erros depois que uma mentira se espalha. Para ele, é crucial prevenir a desinformação antes que ela se torne um problema maior.

O especialista também mencionou um estudo do MIT que afirma que as mentiras se espalham dez vezes mais rápido que a verdade. Uma vez espalhadas, o dano é difícil de reparar. Por isso, é necessário agir rapidamente para evitar que isso aconteça. A UNESCO, por meio de uma conferência em junho, irá discutir como a inteligência artificial e a transformação digital podem ser usadas para melhorar os serviços públicos e combater problemas como a desinformação.

Jelassi também falou sobre a importância de usar a tecnologia de forma ética. A UNESCO já está trabalhando no desenvolvimento de diretrizes para o uso responsável da inteligência artificial, e em 2021, mais de 70 países adotaram essas recomendações. Ele destaca que, apesar do Brasil já estar avançado nesse processo, é necessário que outros países também sigam esses princípios.

Quanto ao uso da tecnologia, Jelassi acredita que ela deve ser uma ferramenta positiva para resolver problemas como a crise ambiental, melhorar a saúde e até mesmo a educação. Ele menciona que, no setor agrícola, a tecnologia já está mudando como os agricultores trabalham, usando dados e inteligência artificial para otimizar a produção.

Sobre as redes sociais, Jelassi afirmou que é possível usar essas plataformas de maneira responsável, como o LinkedIn, que tem mais de 1,5 milhão de usuários e não é um espaço para desinformação ou discursos de ódio. Ele reconhece que as plataformas têm um modelo de negócios baseado em cliques, o que pode acabar favorecendo a disseminação de desinformação. No entanto, as empresas têm a responsabilidade de moderar o conteúdo e garantir que não sejam veiculadas informações falsas.

A UNESCO também está organizando uma conferência sobre a transformação digital no setor público, que acontecerá em junho de 2025, em Paris. O objetivo é discutir como os governos podem usar a tecnologia para melhorar os serviços prestados aos cidadãos. Jelassi enfatiza que é essencial que os servidores públicos tenham as competências necessárias para implementar essas mudanças de forma eficaz.

Fonte: Agência Brasil

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