
O Conselho de Orientação do Corinthians (Cori) recomendou, na noite desta segunda-feira (14), a abertura de um processo administrativo contra Andrés Sanchez, conselheiro vitalício e ex-presidente do clube, por uso indevido do cartão corporativo para despesas pessoais durante seu último mandato, em 2020. A decisão foi tomada em reunião realizada no Parque São Jorge, sede do Timão, por nove votos a favor e sete contrários.
Integrantes do Cori, órgão fiscalizador formado por membros natos, trienais e suplentes, discutiram inicialmente a apresentação das contas do primeiro trimestre e uma proposta de empréstimo com garantia dos direitos de transmissão da Liga Forte União (LFU). A apuração sobre as supostas irregularidades com o cartão corporativo foi incluída na pauta após denúncias divulgadas nas redes sociais, que apresentaram faturas com gastos pessoais de Sanchez.
O caso ganhou repercussão após o perfil "@Prmalaoficial" divulgar as faturas no X (antigo Twitter), o que motivou a mobilização do Conselho para investigação. Entre os membros do Cori presentes na reunião estavam figuras influentes da política corintiana, incluindo aliados históricos de Andrés Sanchez, como Duílio Monteiro Alves e Mário Gobbi.
Saiba as despesas do ex-presidente
Entre as despesas apontadas estão passeios de barco, hospedagem em hotéis e refeições em locais como Tibau do Sul (RN), Fernando de Noronha, Rio de Janeiro e até mesmo na Espanha, totalizando valores que ultrapassam R$ 16 mil. O ex-presidente admitiu o uso do cartão para fins pessoais e ressarcuiu o clube em R$ 15 mil recentemente.
Andrés Sanchez presidiu o Corinthians em dois períodos: de outubro de 2007 a dezembro de 2011 e de fevereiro de 2018 a janeiro de 2021. Após deixar a presidência, assumiu o cargo de conselheiro vitalício e membro nato do Cori, com papel ativo na política interna do clube. Apesar das controvérsias, ele declarou que não pretende concorrer novamente a cargos executivos no clube.
A recomendação do Cori será encaminhada para a Comissão de Ética e Disciplina do Conselho Deliberativo do Corinthians, que poderá instaurar o processo formal para apurar as irregularidades. Além das consequências administrativas, Andrés Sanchez pode responder judicialmente, conforme previsto na Lei Pelé, que regula a conduta dos dirigentes esportivos no Brasil.