O Natal deve movimentar cerca de R$ 69,75 bilhões em vendas, o que representa aumento real de 1,3% (já descontada a inflação) no faturamento do varejo. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mesmo com o bom resultado, o setor ainda não vai conseguir igualar o patamar pré-pandemia: em 2019, onde a movimentação foi de R$ 73,74 bilhões.
A estimativa é que o setor alimentício de super e hipermercados represente 45% (R$ 31,37 bilhões) da movimentação financeira. Na sequência, vêm lojas especializadas em itens de vestuário, calçados e acessórios, com 28,8% do total (R$ 20,07 bilhões), e estabelecimentos voltados para artigos de uso pessoal e doméstico, com 11,7% (R$ 8,16 bilhões).
“A atual dinâmica de consumo tem atuado no incremento das vendas neste fim de ano. Mas as condições menos favoráveis causadas pelo aperto monetário iniciado em setembro pelo Banco Central já são sentidas pelo consumidor final. Isso explica a curva de crescimento menos acentuada no comparativo com o ano passado, quando projetamos o aumento de 5,6%”, disse o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.
Porém, os números representam um cenário desfavorável para quem busca vagas de trabalho durante o período festivo. A CNC estima a contratação de 98,1 mil funcionários temporários para atender ao volume de vendas do Natal, 2,3 mil trabalhadores a menos do que no ano passado.
O economista-chefe da CNC, Fábio Bentes, explicou que a redução nas contratações temporárias neste Natal, de mais de 100 mil no ano passado para 98,1 mil, deve-se ao crescimento de 3% no quadro de funcionários das empresas ao longo do ano, com 240 mil novas vagas criadas. Segundo ele, isso faz com que o varejo dependa menos do trabalho temporário. “Já para 2025, a expectativa do próprio setor é que sejam efetivados aproximadamente 8 mil desses trabalhadores temporários”, disse o economista.
A desvalorização cambial deve elevar os preços dos produtos natalinos, com crescimento médio de 5,8%, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), na medição dos 12 meses encerrados em dezembro. O valor da cesta deve ser pressionado pela alta nos preços de livros (12,0%), produtos para a pele (9,5%) e alimentos em geral (8,3%). Por outro lado, presentes como bicicletas (queda de 6,2%), aparelhos telefônicos (redução de 5,5%) e brinquedos (diminuição de 3,5%) devem ficar mais baratos.
Na análise por estados, São Paulo (R$ 20,96 bilhões), Minas Gerais (R$ 7,12 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 5,86 bilhões) e Rio Grande do Sul (R$ 4,77 bilhões) devem concentrar mais da metade (55,5%) da movimentação financeira prevista pela CNC. Paraná e Bahia são os estados com as maiores projeções de avanço nas vendas, apresentando crescimento de 5,1% e 3,6%, respectivamente.
Fonte: Com informações da Agência Brasil