
A entrada em vigor das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre o mel brasileiro já gera preocupação entre produtores e exportadores do setor. No Piauí, estado que se destaca como um dos maiores exportadores do produto, a situação preocupa empresas como a Casa Apis, sediada em Picos, referência nacional na produção e comercialização de mel.
Segundo Sitonho Dantas, diretor da cooperativa, o impacto será sentido especialmente no preço pago ao produtor e na competitividade no mercado internacional.
“O aumento da tarifa reduz nossa margem e compromete a competitividade frente a outros países que não sofrem esse tipo de taxação. No fim, quem paga a conta é o produtor, que recebe menos pelo quilo do mel”, afirmou.
O Brasil é um dos principais fornecedores de mel para os Estados Unidos, e o Piauí ocupa posição de destaque nesse cenário. Só a Casa Apis reúne centenas de cooperados e envia toneladas do produto para o exterior todos os anos. Com o novo cenário, a empresa já avalia ajustes para mitigar os efeitos do aumento de custos. “Estamos buscando alternativas para diversificar mercados e aumentar as vendas para países que mantenham tarifas mais competitivas. Mas, no curto prazo, é inevitável que o setor sinta a pressão”, disse Dantas.
Além da exportação, a Casa Apis atua fortemente no mercado interno, o que, segundo o diretor, pode ajudar a amortecer parte das perdas.
“O mercado brasileiro tem potencial para absorver mais mel, mas isso exige investimentos em marketing, logística e preços acessíveis para o consumidor”, completou.
Apesar das dificuldades, Sitonho Dantas mantém a confiança na força do setor apícola piauiense. “Temos um produto de alta qualidade, produzido de forma sustentável, e isso nos dá vantagem no mercado internacional. Vamos precisar de união e estratégias bem definidas para atravessar esse momento”, concluiu.
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