O Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI) e a Arquidiocese de Teresina assinaram nessa terça-feira (16) um acordo de cooperação para fortalecer ações de combate à evasão escolar. A iniciativa integra a metodologia da Busca Ativa Escolar, criada pelo Unicef, que aponta a existência de mais de 10 mil crianças e adolescentes fora das salas de aula no estado.
O termo foi formalizado pelo presidente do TCE-PI, conselheiro Kennedy Barros, e pelo arcebispo metropolitano de Teresina, Dom Juarez Marques Sousa da Silva. O objetivo é unir esforços na identificação, encaminhamento e acompanhamento de casos de abandono ou risco de evasão, aproveitando a presença capilar da Igreja nas comunidades.
A cooperação prevê a formação de agentes das pastorais sobre direitos da criança, políticas de primeira infância e rede de proteção social. Também estão incluídas campanhas de conscientização, exigência de matrícula escolar para participação em atividades da Igreja e o encaminhamento formal de casos identificados às instâncias municipais competentes.
O conselheiro Kennedy Barros destacou a importância da parceria entre poder público e instituições religiosas no enfrentamento ao problema. “O Estado é laico, mas não pode negar a existência de uma sociedade eminentemente cristã, que precisa de apoio no cuidado das suas crianças e adolescentes. O Tribunal está se integrando mais à sociedade, buscando estar lado a lado dos gestores para evitar desperdícios”, afirmou.
Para Dom Juarez, a adesão da Igreja ao projeto amplia as possibilidades de alcance da política educacional. “Vejo com alegria essa oportunidade de inserir a comunidade cristã no resgate das crianças que estão fora da escola. Vamos buscar ampliar os espaços da catequese com a participação das escolas mais próximas das igrejas e construir uma sociedade mais fraterna e eficiente”, disse.
Já o diretor de Fiscalização de Políticas Públicas do TCE-PI, Gilson Araújo, ressaltou que a educação deve ser pensada de forma integral. “Não é só o tempo que o aluno passa na escola, mas a sua formação em áreas diversas como esportes, línguas e tecnologia. Precisamos integrar o tribunal, a Igreja e a sociedade para trazer de volta essas mais de dez mil crianças”, frisou.
De acordo com Gilson Araújo, a plataforma do Unicef possibilita o monitoramento de alunos que deixam de se matricular a cada ano, permitindo que gestores identifiquem os motivos da evasão e atuem diretamente nas famílias.
Fonte: TCE-PI
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