Após dois anos de intensos trabalhos de restauração, o relógio histórico do século XVII, vandalizado durante os ataques golpistas ao Palácio do Planalto em janeiro de 2023, foi devolvido à sede do Executivo nesta terça-feira (7). Criado pelo renomado relojoeiro francês Balthazar Martinot, a peça será oficialmente reintegrada ao acervo do Planalto nesta quarta-feira (8), em evento que marcará os dois anos dos atos de destruição das sedes dos Três Poderes.
A obra, um presente da Corte Francesa ao rei Dom João VI em 1808, chegou ao Brasil com a família real portuguesa. Com estrutura feita de casco de tartaruga e ornamentações em bronze raro, o relógio é um dos dois exemplares conhecidos do artista, que foi relojoeiro oficial do rei Luís XIV, da França.
O restauro da peça foi realizado em parceria com o governo da Suíça e supervisionado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A equipe contou com dez restauradores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que também trabalharam na recuperação de outras obras danificadas durante os ataques, como As Mulatas, de Di Cavalcanti; O Flautista, de Bruno Giorgi; e Galhos e Sombras, de Frans Krajcberg.
A devolução do relógio simboliza não apenas a preservação do patrimônio histórico brasileiro, mas também um esforço internacional de cooperação para resgatar parte do acervo cultural destruído nos atos de vandalismo. Segundo o governo brasileiro, a cerimônia de reintegração das obras será acompanhada de discursos sobre a importância da memória histórica e da proteção da democracia.
Antônio Cláudio Alves Ferreira, o responsável pelo ato de vandalismo contra o relógio, foi condenado a 17 anos de prisão por sua participação na invasão do Planalto.
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Fonte: Brasil 247