Douglas Alves da Silva, 26 anos, acusado de atropelar e arrastar Taynara Souza Santos, 31 anos, na Marginal Tietê, em São Paulo, afirmou na audiência de custódia realizada na segunda-feira (1º) que sofreu agressões e possível tortura por parte de policiais no momento da prisão. Segundo a defesa, o acusado chegou ao local “todo arrebentado” e sem ter recebido atendimento médico após a prisão.
Diante da denúncia, a Justiça de São Paulo ordenou que Douglas Alves da Silva passasse por exame de corpo de delito para identificar uma possível tortura durante a prisão dele. Cópias do exame devem ser enviadas à Corregedoria da Polícia Civil e ao Ministério Público.
Ele foi detido pela Polícia Civil na noite do domingo, em um hotel no bairro da Vila Alpina. A polícia alega que o homem reagiu à prisão e que tentou tomar a arma de um dos agentes presentes no local. A informação consta no boletim de ocorrência. Segundo a Polícia Civil de São Paulo, Douglas foi atendido em um hospital com um ferimento de bala no braço antes de ser levado à delegacia.
A defesa contradiz a informação dada pela polícia, afirmando que o suspeito estava dormindo no momento em que foi preso e que aguardava a chegada do advogado para se apresentar à polícia. A defesa relatou ainda que mesmo ferido e sangrando, Douglas Alves não teria recebido medicação para dor.
A Justiça determinou a manutenção da prisão de Douglas após a audiência de custódia, com base nos indícios existentes, e abriu investigação sobre a denúncia de tortura e agressão durante a prisão.
Entenda o caso
No dia 29 de novembro de 2025, Douglas atropelou e arrastou cerca de um quilômetro Tainara Souza Santos. A ação é investigada como tentativa de feminicídio. Os dois teriam tido um breve relacionamento, mas Douglas afirma não conhecer a vítima.
Tainara Santos está internada Hospital Municipal Vereador José Storopolli. Ela teve as pernas amputadas após ser arrastada enquanto ainda estava presa embaixo do veículo.
Segundo as investigações, momentos antes do crime Douglas e Tainara discutiram em um bar. Ele entrou no carro com um amigo e avançou para cima da vítima.
“Ele passa o carro por cima dela literalmente e ela fica presa embaixo do carro. Ele puxa o freio de mão e começa a fazer o movimento [para frente e para trás] para poder lesionar mais a vítima, até [para] atentar contra a vida dela. Esse amigo dele, o passageiro, tenta impedi-lo e não consegue”, relatou o delegado Fernando Barbosa Bossa para a Agência Brasil.
Ele foi preso na noite de domingo (30), em um hotel da zona leste de São Paulo. A polícia afirma que foi realizado um disparo de arma de fogo depois que Douglas teria tentado pegar a arma de um dos agentes.
O caso gerou forte comoção nas redes sociais e na imprensa, reacendendo o debate sobre violência de gênero.
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