O ex-policial penal Jorge José Guaranho será julgado no próximo dia 11 de fevereiro, no Tribunal do Júri de Curitiba, pelo assassinato do tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu (PR), Marcelo Arruda. O crime, que aconteceu em julho de 2022, envolveu uma invasão durante a festa de aniversário de 50 anos de Arruda e causou grande repercussão, ampliando o debate sobre a crescente violência política no Brasil.
Guaranho, que era militante bolsonarista, é acusado de homicídio duplamente qualificado, motivado por questões fúteis e violência política, além de risco comum. Durante o ataque, ele invadiu a festa de Arruda, que era temática em homenagem ao presidente Lula e ao PT, e disparou vários tiros, matando a vítima. O réu também teria feito declarações de ódio político, como "petista vai morrer tudo", o que reforça a motivação política do crime, segundo a acusação.
O julgamento ocorrerá em Curitiba, após um pedido de desaforamento feito pela defesa do réu. Originalmente, o processo seria realizado em Foz do Iguaçu, mas a mudança de local visa garantir maior imparcialidade no julgamento. A acusação será representada pelas promotoras Roberta Franco Massa e Ticiane Louise Santana Pereira, da Promotoria de Crimes Dolosos Contra a Vida.
A expectativa da família e da acusação é que Guaranho seja condenado à pena máxima prevista para o crime de homicídio duplamente qualificado, que pode chegar a 30 anos de prisão. "O ódio político não pode ser tolerado, e é importante que a motivação política seja reconhecida", afirmou o advogado de acusação, Daniel Godoy Júnior.
A sentença será decidida por um conselho de jurados após a apresentação das testemunhas e os argumentos da acusação e defesa. O caso não só é crucial para a família da vítima, mas também simboliza a luta contra a intolerância política no Brasil. A data do assassinato, 9 de julho, foi instituída como o "Dia de Luta contra a Intolerância Política" no estado do Paraná e no Distrito Federal.
Marcelo Arruda, um militante do PT, foi morto de maneira brutal e sem defesa, enquanto já estava caído após ser atingido pelos disparos de Guaranho. A violência política, exacerbada pelo cenário de polarização nas eleições de 2022, faz com que este julgamento tenha relevância não só para os envolvidos, mas para toda a sociedade brasileira.
Guaranho, que à época do crime era servidor da Penitenciária Federal de Catanduvas, foi exonerado de seu cargo em março de 2023. Desde então, o réu está em prisão domiciliar, após decisão do Tribunal de Justiça do Paraná, que concedeu habeas corpus permitindo o monitoramento eletrônico. A decisão final do júri determinará se a justiça será feita para a família de Arruda, que luta pela condenação do autor do crime.
Fonte: Brasil 247