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A maioria competente

O IAB terá em sua Presidência, pela terceira vez, a estimada colega Rita Cortez, que com a providencial ajuda do diligente Jorge Folena, liderou um processo de expansão do IAB

Alvaro o Mota

Quinta - 20/03/2025 às 16:55



Foto: Divulgação Evento
Evento

Nesta semana, o Instituto de Advogados Brasileiros apresentou-nos duas boas novidades: escolheu uma nova direção, com majoritariamente feminina nos cargos executivos, e fez a eleição em um processo eletrônico através da internet. O que se sucede no IAB é, com efeito, um processo de renovação em que se afasta da instituição as relações com um passado superado pelo aperfeiçoamento das relações humanas, sociais e tecnológicas.

O IAB terá em sua Presidência, pela terceira vez, a estimada colega Rita Cortez, que com a providencial ajuda do diligente Jorge Folena, liderou um processo de expansão do IAB, tirando-o de uma circunscrição limitada praticamente ao Estado do Rio de Janeiro, para fazê-lo entidade de alcance nacional, o que incluiu para nossa alegria uma representação no Piauí, com sede física e sob minha liderança.

A eleição de terça-feira passada estabeleceu um nível de paridade no comando da entidade, com metade de dirigentes formada por advogadas e outra metade composta por advogados. Essa situação inédita e inspiradora mostra que o IAB trafega na direção de combate à misoginia no âmbito das instituições, mas vai além.

O IAB pela primeira vez em mais de 180 anos de História, o IAB escolheu para uma posição de protagonismo na entidade uma mulher negra, a doutora Soraia da Rosa Mendes, professora, pesquisadora, doutrinadora, parecerista e advogada, com atuação e obras reconhecidas pelo Supremo Tribunal Federal e pela Corte Interamericana de Direitos Humanos. Doutora em Direito, Estado e Constituição pela Universidade de Brasília UnB e pós-doutora em Teorias Jurídicas Contemporâneas, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Soraia bem representa uma ideia de renovação no IAB.

Essa renovação é fundamental em um mundo cada vez mais diverso e, por isso mesmo, que deve ser inclusivo, para que empresas e entidades representativas da Advocacia se tornem o espelho de uma sociedade mais justa.

Tomo de empréstimo as palavras da presidente eleita do IAB, Rita Cortez, publicadas em artigo postado no dia 12 de março no Conjur para ratificar o que está se propugnando: “Movimentos e iniciativas que promovem a ascensão de mulheres a esses cargos refletem uma busca legítima por visibilidade e igualdade, representando um esforço consciente para corrigir desequilíbrios históricos”.

Sempre poderá haver discordância quanto ao caráter evolutivo de que se veste neste momento o Instituto de Advogados Brasileiros – o que é próprio da democracia, e mais ainda do exercício de nosso mister de operadores do Direito. Porém, convém que sempre nos lembremos de que desde sempre a missão do IAB foi a de abrir caminhos ao progresso social, econômico e cultural do país através da ciência jurídica.

Temos em mente que quanto mais houver advogadas e advogados na entidade e quanto mais diversa for essa presença, maior será a força do IAB e muito mais robusto será nosso trabalho com o fito de fazer cumprir sua missão institucional de ser uma academia que reúne os melhores juristas do país visando a defesa do Estado de Direito.

O IAB, desde sua fundação em 1843, guia-se pelos princípios fundamentais de um Direito que tem a Justiça por meta – o que se dá muito pela aplicabilidade da lei a partir da capacidade ampliada de melhor interpretá-la, o que não pode se dar senão pelo estudo do direito e difusão dos conhecimentos jurídicos – aperfeiçoado pelo ensino e pesquisa, pedra de toque do IAB.

Álvaro Mota

Álvaro Mota

É advogado, procurador do Estado e mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Álvaro também é presidente do Instituto dos Advogados Piauienses.
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