Filosofia de Vida

Filosofia de Vida

DATA

"Rouba, mas faz.". O grande erro da expressão consagrada por políticos

Quem comete estes crimes, alerta Fabiano, "é uma pessoa deficiente de caráter, de ética, de moral e índole"

Quarta - 09/12/2020 às 19:47



Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil Esplanada dos ministerios
Esplanada dos ministerios

09 de dezembro, Dia Internacional Contra a Corrupção. Ao contrário do que a já consagrada expressão aparenta, o ato de "passar pano" para as atitudes imorais dos agentes políticos mostra que a população inocentemente não reconhece o perigo por trás destas palavras, alerta o neurocientista Fabiano de Abreu.

     Em praticamente todas as campanhas eleitorais, é comum ouvir do povo aquela velha expressão sobre determinado político: "Ele rouba, mas faz". Ao contrário do que a sociedade pensa, tal frase não se traduz em uma representação de que o agente público seja uma pessoa "honesta", apesar de seus desvios de conduta. Como bem explica o neurocientista, filósofo e psicanalista Fabiano de Abreu, é preciso entender que "quem rouba é egoísta e não está pensando no outro".

    Quem comete estes crimes, alerta Fabiano, "é uma pessoa deficiente de caráter, de ética, de moral e índole". Afinal, como ele detalha, "quem rouba está tirando algo de alguém", por isso é difícil crer que um político vá fazer bem para a população, já que ele está pensando apenas em si mesmo. "As pessoas acreditam que tal conduta é camuflada, e não adianta colocar flores em jardim se não formos cuidar dele", exemplifica. Outro exemplo que o neurocientista apresenta é que "não adianta tapar um buraco se o cimento que foi utilizado é de péssima qualidade para depois ter que tapá-lo novamente".

  Diante disso, é preciso mudar a concepção desta expressão, tão consagrada no meio eleitoral, para assim entender a profundidade do desvio de conduta do agente político que comete estes atos: "A corrupção é algo errado, e não é justificável, como a frase aparenta ser". Para isso, ele conclama a população a refletir: "Vamos lutar juntos contra a corrupção, pois ela já está enraizada em nossa cultura e isso é lamentável. A violência, que é o que mais temos em nosso país, está vinculada justamente à essa cultura corrupta de tirar algo de alguém sem ter nenhum sentimento de pena, e o pior, tirando de outra pessoa para se beneficiar em causa própria", ressalta Abreu.

   Nesse Dia Internacional Contra a Corrupção, Fabiano de Abreu convoca a sociedade a vencer a corrupção, "já que vivemos nessa situação durante tantos anos e isso é responsável para que o país não se torne mais desenvolvido". Embasando esta afirmação do neurocientista, os dados coletados pela Transparência Internacional e avaliados pelo Índice de Percepção da Corrupção (IPC), no ano de 2019, mostram que o Brasil ocupou a 106ª posição, em um rol de 180 países analisados, no ranking sobre o monitoramento e a percepção da corrupção.No ano passado, a nota atribuída ao Estado Brasileiro foi 35, a mesma de 2018, em uma escala de 0 (muito corrupto) a 100 (muito íntegro), evidenciando o quinto ano consecutivo de queda do país, cujos marcadores assemelham-se ao Egito, Albânia e Costa do Marfim.

    Em acordo com a opinião levantada por Fabiano de Abreu, o relatório detalha que, em relação à realidade brasileira, "a corrupção ainda é um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento econômico e social no Brasil'. Com 35 pontos, o país segue estagnado, com sua menor pontuação no IPC desde 2012". Ao seguir este pensamento arcaico e errado do "rouba, mas faz", o documento mostra que os avanços da agenda anticorrupção estão sob risco e a impunidade decorrente de atos corruptos e de improbidade administrativa tendem a enfraquecer a democracia e a desestabilizar o país.

   O Dia Internacional Contra a Corrupção foi criado em referência à assinatura da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, que ocorreu na cidade mexicana de Mérida em 9 de dezembro de 2003. Mais de 110 países assinaram a Convenção, que entrou em vigor internacionalmente no dia 14 de dezembro de 2005. Dentre os documentos assinados naquela data por todos estes países, destaca-se a cooperação para a recuperação de somas de dinheiro desviado dos países e a criminalização do suborno, lavagem de dinheiro e outros atos de corrupção

Fonte: Raphael Lucca - MF Press Global

Fabiano de Abreu

Fabiano de Abreu

Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues é PhD em Neurociências; Doutor e Mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências; Mestre em Psicologia; Mestre em Psicanálise com formações em neuropsicologia, licenciatura em biologia e em história, tecnólogo em antropologia, pós graduado em Programação Neurolinguística, Neurociência aplicada à Aprendizagem, Psicologia Existencial Humanista e Fenomenológica, MBA, autorrealização, propósito e sentido, Filósofo, Jornalista, Especialização em Programação em Python, Inteligência Artificial e formação profissional em Nutrição Clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Membro ativo da Redilat - La Red de Investigadores Latinoamericanos; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Professor e investigador cientista na Universidad Santander de México, diretor da MF Press Global, membro da Sociedade Brasileira de Neurociências e da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo, nos Estados Unidos. Membro da FENS, Federação Européia de Neurociências; Membro da Mensa International, Intertel e Triple Nine Society (TNS), associação e sociedades de pessoas de alto QI, esta última TNS, a mais restrita do mundo; especialista em estudos sobre comportamento humano e inteligência com mais de 100 estudos publicados.
Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: