Eu nasci no dia 29 de outubro de 1958 no então povoado Costa do município de São João do Piauí, que tinha apenas 26 casas, não havia escola nem professora e que atualmente é a progressista sede do município de Paes Landim-PI.
Mas o idealismo dos meus pais e seus esforços sobre-humanos me fizeram familiarizar com os estudos e, assim, acabou de ser publicado o meu terceiro livro Golpe Nunca Mais-Tributo à Democracia, sobre o golpe parlamentar-constitucional-judicial de 31 de agosto de 2016 que assolou severamente o Brasil.
Em condições normais de temperatura e pressão da política brasileira, livro com esse tema não era para ser escrito por se tratar de ruptura do Estado Democrático de Direito que usurpou o poder da presidente legitimamente reeleita Dilma Rousseff e que assumiu a cadeira do Palácio do Planalto o golpista Michel Temer. Assim, repugna-se com veemência tal cisma que aniquilou a tão sonhada plenitude democrática brasileira.
O Brasil, ao longo da sua História, sempre padeceu de solavancos institucionais na sua vida pública, fato que esboça certa convivência tumultuosa com a democracia. Daí a sua historiografia ser repleta de fases, períodos e ciclos que mostra tendência de inadaptação democrática. E quando se achava que estaria plenamente ambientado no Estado Democrático de Direito com o advento da Constituição da República em 1988, eis que prorrompe instabilidade sistêmica para mais uma vez interromper a evolução organizacional da Pátria.
Esta é a razão de ser da obra, que retrata fatos e acontecimentos alusivos ao golpe desferido e que estão dispostos em três fases. A primeira fase, chamada de Fase Pré-Golpe, que vai da posse da presidente reeleita Dilma Rousseff até a consumação do golpe propriamente dito, em 31 de agosto de 2016. É período turbulento, reflexo da não aceitação por parte do patronato midiático, da elite, da direita e da extrema-direita, da quarta derrota consecutiva nas eleições presidenciais com a vitória em 2014 pelo Partido dos Trabalhadores (PT), e por isso a permanente instabilidade político-institucional nacional.
Vê-se, pois, nesta fase crucial brasileira, a negação de muitas conquistas da chamada Nova República, originada a partir de 1985, como pano de fundo para o açambarcamento do poder. E não deu outra, a crise econômica foi recrudescendo pela falta deliberada de apoio presidencial no Congresso Nacional, com o intuito exclusivo de gerar descontentamento e, assim, fortalecer o golpe iminente. Dessa maneira, foi preparado no Congresso, através do conchavo, o clima de aprovação do impeachment contra a presidente constitucional para os manobristas assumirem o poder da União.
A segunda fase, denominada de Fase Pós-Golpe, que vai de 31 de agosto de 2016, data do desfecho do golpe parlamentar-constitucional-judicial, até 7 de abril de 2018, dia da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por meio do desbragado lawfare em razão do cerceamento da liberdade, injusto e esdrúxulo, ter como objetivo supremo perseguir sistematicamente o maior líder dos trabalhadores brasileiros e que se transformou em expoente do estadismo mundial no primeiro quartel do século XXI.
É a fase da implantação da nova ordem golpista nacional que tanto prejuízo tem causado à sociedade brasileira em geral. No rol dos escritos desta fase, pode-se mensurar o que uma classe dirigente defenestrada do processo eleitoral, livre e democrático, pode fazer em proveito próprio e, por via de consequência, contra a grande maioria da população, desrespeitando a Constituição, desmontando o Estado, adulterando o sistema político e provocando verdadeira submissão do País ao capitalismo selvagem e rentista nacional e internacional. É período em que se consagrou a adoção do neoliberalismo no sistema econômico pátrio em total desmoronamento das vantagens sociais e demolição dos direitos adquiridos e garantias legais do já oprimido povo brasileiro.
A terceira fase, epigrafada de Outros Artigos, trata-se de pessoas, personagens, personalidades, fatos, acontecimentos, lugares e demais assuntos que são relevantes para a informação e compreensão da atualidade. São passagens que retratadas agora são impulsionadoras do conhecimento, e que, dessa forma, resgatam eventos e marcos históricos em favor das gerações do porvir. Todas as matérias elencadas nesta fase são importantes no complemento da obra para perenizar notícias reveladas e colocadas em foco por meio dos respectivos artigos.
Ainda o livro intitulado Golpe Nunca Mais-Tributo à Democracia deve servir, embora simples e incompleto, para o leitor se recordar do que certos segmentos da sociedade são capazes de engendrar em benefício estritamente da tradicional classe dominante do Brasil mesmo contrariando a ordem democrática e institucional ocidental e do mais absoluto desprezo do sistema republicano, que nada mais é do que uma estrutura política de Estado ou forma de Governo que foi concebido para proteger toda a população e, portanto, todos os estratos sociais do País.
Por fim, o livro aborda o exercício do governo espúrio do pós-golpe que danificou a institucionalidade pátria e que desaguou no atual desgoverno do Brasil que mostra estar sem rumo na condução dos seus afazeres. Ou seja, o golpe parlamentar-constitucional-judicial de 31 de agosto de 2016 propôs como único objetivo a tomada do poder para o mandonismo usufruí-lo acintosamente e, por isso, em detrimento dos demais setores que compõem a sociedade brasileira.
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