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O prelúdio do ocaso da bozação

Para o Brasil prosseguir na toada da ruptura, instituiu-se o lawfare

Segunda - 30/11/2020 às 11:23



Foto: José Cruz/ Agência Brasil Eleições
Eleições

Hoje, 29 de novembro de 2020, dia que foi realizado o segundo turno das eleições municipais de 57 cidades brasileiras, entre as mais populosas e influentes na conjuntura política nacional, é data histórica para os brasileiros de fé, de esperança e libertários.

Ficará gravado na memória de todos que querem a volta do País à plenitude democrática (Estado Democrático de Direito), livre, progressista, respeitador, soberano e que paute as suas ações públicas com coerência, humanismo, planejamento, organização, racionalidade e conhecimento de causa na busca incessante do desenvolvimento e melhoria eficaz das condições de vida da nossa sofrida população.

Marcará o início da derrocada de um governo Central que não tem pé nem cabeça, desenxabido e, por isso, leva a nossa Pátria ao descalabro administrativo e a tornar-se pária no concerto das nações estrangeiras civilizadas.

Somado o resultado do pleito eleitoral geral, incluído o primeiro turno, observa-se demonstração inequívoca de que a sociedade brasileira começou a migrar a sua votação para lideranças políticas e siglas partidárias que formarão o espectro político-eleitoral-ideológico que vai defenestrar do poder em 2022 o inconsistente ocupante do Palácio do Planalto.

É pena que, em situação caótica, assim, o Brasil e o seu povo ainda vão padecer de certos tipos de descaso público nos dois anos restantes do decadente mandato presidencial, uma vez que alguns carcarás no poder federal vão se apoderar do Orçamento da União em desfavor da nossa coletividade.

Mas o início do desastre pátrio também teve data, foi em 31 de agosto de 2016, quando se oficializou o conchavo urdido no Congresso Nacional e amparado pelo Supremo Tribunal Federal, que chamei na ocasião de golpe parlamentar-constitucional-judicial, por usurpar o poder, sem cometer crime de responsabilidade previsto na Constituição de 1988, da presidente legitimamente reeleita Dilma Rousseff.

O golpe tinha como principal objetivo açambarcar, tomar de assalto e capturar o poder para manobrar as instituições do Estado ao bel-prazer das poderosas forças conservadoras e reacionárias e com o apoio da imprensa capciosa herdeiras dos tempos coloniais do Brasil.

Com a tomada do poder, foi entregue a rédea ao macambúzio Michel Temer, e o mercado financeiro e rentista nacional e internacional nomeou para manejar a economia brasileira, e começar a exploração, o americanista Henrique Meirelles. Aí começou o doloroso calvário dos compatriotas.

Para o Brasil prosseguir na toada da ruptura, instituiu-se o lawfare, a perseguição judicial contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, com o golpe no golpe, o afastou da disputa triunfal das eleições presidenciais de 2018.

Com o outro americanista Paulo Guedes, do nefasto modelo econômico neoliberal do Meirelles, passou a adotar o modelo monetarista dos Chicago Boys ultraliberal, que só piorou ainda mais as coisas para a Nação.

Em nome das reformas - e reforma é para aperfeiçoar e melhorar -, os golpistas iniciaram o processo de deformação da Constituição em vigor, adulterando-a para impor o mais drástico retrocesso constitucional, econômico e social, que alvejou as organizações políticas progressistas e democráticas, além da desarticulação dos movimentos populares e sociais.

Na cruzada para atingir o fundo do poço das garantias, atacou os direitos dos trabalhadores e das categorias sociais, formando pseudo-valores a respeita dos direitos humanos e de narrativas racistas, preconceituosas, homofóbicas, misóginas e que subestimam negros, indígenas, comunidade LGBT, ecossistema e meio ambiente.

Também faz vista grossa para a cultura, educação, ciência, conhecimento e pesquisa, que emperra a produtividade e a inovação que impede alavancar o sistema de produção da riqueza.

Nesse tempo apocalíptico, de fim de mundo, nega ilogicamente procedimentos protocolares das autoridades sanitárias mundiais para combater a pandemia da Covild-19 e de quebra, a vacina, para imunizar a população da letal infecção do vírus (172.561 mortes no Brasil). Absurdo!

Para suportar sistema político desse nível de desesperança e de injustiça a população pagaria preço que não tem condições de arcar e, por isso, a luz vermelha acendeu nestas eleições contra essa camarilha que não sente qualquer remorso pela situação de abandono, penúria, pobreza, fome e miséria que está levando à maioria da nossa briosa gente.

Assim, o povo brasileiro começou a dar um basta nesse fútil e cruel estado de coisas com a mudança de rumo que ora se inicia para o bote final, último e derradeiro nas eleições presidenciais de 2022 naqueles que não têm, nunca tiveram e jamais terão condições de governar o Brasil. Amém!!!

Deusval Lacerda

Deusval Lacerda

Deusval Lacerda é natural de São João do Piauí. É economista e advogado.
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