Não há nada mais horroroso na governança de um povo do que a extrema-direita. E por razão simples. Ela simplesmente nunca leva em conta sequer a existência do próprio povo que governa, pior ainda considerar os seus desejos, anseios e necessidades mais prementes. Pelo contrário, o povo, na sua visão e prática, será sempre massa de manobra e objeto a ser explorado. Exatamente por isso que, quando o povo está sob jugo da extrema-direita, vive no pior dos mundos. E chama a atenção a criatividade e invencionice para agir cada vez mais com insensatez, crueldade e desumanidade.
O maior exemplo nos últimos tempos foram o fascismo da Itália e o nazismo da Alemanha no século XX. E em tempos mais antigos o absolutismo real. Nada mais horripilante. E a primeira ação dos seus governos são contra a educação, a cultura, as artes e os artistas. Esta é uma manifestação social que a extrema-direita se sente prazerosa em perseguir pelo contraponto que exerce, pois seus líderes sempre são míopes, tacanhos e medíocres.
Esta condição independe do tempo, do lugar e do líder. Por exemplo, no Brasil dos tempos obscuros, o capitão-presidente ainda não assinou o diploma do Prêmio Camões da Língua Portuguesa que ganhou o poeta, compositor e literato Chico Buarque de Holanda, o que lhe levou a sutilmente responder: “A não assinatura do Bolsonaro no diploma é para mim um segundo prêmio Camões”. Pois o jamegão dele só faria borrar um atestado do extraordinário uso das letras portuguesas nas produções culturais dos povos lusófonos.