
A constipação intestinal, conhecida popularmente como intestino preso, é uma condição comum que afeta muitas pessoas ao redor do mundo. Caracteriza-se pela dificuldade para evacuar, fezes ressecadas ou pela sensação de que a evacuação não foi completa. Embora geralmente não seja grave, a constipação pode afetar de forma significativa a qualidade de vida.
Fatores que contribuem para a constipação
Diversos fatores podem causar ou agravar a constipação, incluindo:
Alimentação inadequada: uma dieta pobre em fibras é uma das principais causas da constipação. As fibras ajudam a aumentar o volume e a umidade das fezes, facilitando sua eliminação. Alimentos ultraprocessados, ricos em gorduras e pobres em fibras, podem piorar o problema.
Baixa ingestão de líquidos: hidratar-se adequadamente é essencial para manter as fezes macias e facilitar a evacuação. A ingestão insuficiente de água pode ressecar as fezes e dificultar sua eliminação.
Sedentarismo: a falta de atividade física reduz a motilidade intestinal e retarda o trânsito das fezes. Exercícios físicos, como caminhar ou correr, ajudam a estimular os movimentos do intestino.
Estresse e fatores emocionais: o estresse pode afetar o funcionamento do intestino, já que o cérebro e o trato digestivo estão intimamente ligados. Situações de ansiedade podem desacelerar os movimentos intestinais, favorecendo a constipação.
Sinais e sintomas da constipação intestinal
Os sintomas podem variar segundo a gravidade da condição. De acordo com os critérios de Roma 4, a constipação é diagnosticada quando o paciente apresenta pelo menos dois dos seguintes sintomas por três meses consecutivos, com início seis meses antes do diagnóstico:
- Menos de três evacuações por semana
- Esforço excessivo para evacuar
- Fezes endurecidas ou em formato de pequenos pedaços
- Sensação de evacuação incompleta
- Sensação de bloqueio ou obstrução anorretal
- Necessidade de manobras manuais para evacuar
Além disso, podem ocorrer distensão abdominal, dor abdominal e flatulência. Em casos mais graves, a constipação pode resultar em complicações, como fissuras anais, hemorroidas e impactação fecal.
Prevenção e Hábitos Saudáveis
A melhor forma de prevenir a constipação é adotar hábitos saudáveis que garantam um funcionamento regular do intestino. Algumas estratégias incluem:
Consumo adequado de fibras: a recomendação diária de fibras para adultos varia entre 25 a 38 gramas. Alimentos ricos em fibras incluem:
- Frutas: mamão, ameixa, laranja com bagaço
- Vegetais: couve, brócolis, cenoura
- Leguminosas: feijão, lentilha
- Cereais integrais: aveia, linhaça, chia
Hidratação regular: beber pelo menos 2 litros de água por dia é fundamental para evitar o ressecamento das fezes. Sucos naturais e chás sem cafeína também podem ajudar na hidratação.
Prática de exercícios físicos: a prática de atividades físicas estimula regularmente o funcionamento do intestino. Exercícios aeróbicos e de fortalecimento abdominal são especialmente eficazes na prevenção da constipação.
Estabelecimento de uma rotina intestinal: tentar evacuar no mesmo horário todos os dias e não ignorar a vontade de ir ao banheiro pode ajudar a regular o ritmo intestinal.
Impactos em Situações Especiais
Certas situações podem agravar a constipação, como:
Viagens e confinamento: viagens longas ou períodos de confinamento, como durante a pandemia de COVID-19, podem alterar hábitos alimentares e reduzir a atividade física, impactando o trânsito intestinal.
Uso de medicamentos: Alguns medicamentos podem causar constipação, incluindo:
- Analgésicos opioides
- Antiácidos à base de alumínio e ferro
- Antidepressivos
- Diuréticos
Envelhecimento e mudanças hormonais: o envelhecimento e as alterações hormonais, como durante a gravidez e a menopausa, podem reduzir a motilidade intestinal, tornando a constipação mais comum em idosos.
Como tratar a constipação
O tratamento depende da gravidade da condição e dos fatores subjacentes. Ele pode incluir:
Tratamento clínico
- Mudanças no estilo de vida, como uma alimentação rica em fibras e a prática de exercícios
- Uso de laxantes, quando as mudanças no estilo de vida não são suficientes
- Biofeedback e reabilitação do assoalho pélvico, para pacientes com disfunção anorretal
Tratamento cirúrgico: a cirurgia é considerada apenas em casos graves e refratários ao tratamento clínico, como em situações de:
- Inércia colônica severa
- Obstrução funcional do trato de saída
- Megacólon
Conclusão
A constipação intestinal é um problema comum, mas pode ser evitada e tratada com mudanças simples no estilo de vida, como uma alimentação rica em fibras, hidratação adequada e exercícios físicos. Em casos persistentes, é essencial procurar orientação médica para um diagnóstico e tratamento adequados.
Fonte: Com informações da CNN