O câncer de pâncreas é uma das neoplasias mais agressivas e com maior taxa de mortalidade, especialmente devido ao diagnóstico tardio. Embora não apresente sinais claros nos estágios iniciais, a doença só é frequentemente identificada em estágios mais avançados, quando o tratamento se torna mais complexo. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) destaca que a detecção precoce é desafiadora, já que os sintomas são comuns a outras doenças e podem ser confundidos com condições menos graves.
Fatores de risco hereditários e não hereditários estão associados ao desenvolvimento do câncer pancreático. Entre os fatores genéticos, estão síndromes como o câncer de mama e ovário hereditário, ligadas aos genes BRCA1, BRCA2 e PALB2, e a síndrome de Peutz-Jeghers, por exemplo. No entanto, os fatores de risco mais prevalentes são relacionados ao estilo de vida. O tabagismo, o excesso de peso, diabetes e pancreatite crônica não hereditária estão entre as principais causas não genéticas da doença.
Além disso, a exposição ocupacional a substâncias como solventes e agrotóxicos também pode aumentar as chances de desenvolvimento do câncer de pâncreas. Profissionais da agricultura, da indústria do petróleo e de manutenção predial são os mais expostos a esses compostos químicos e, portanto, têm maior risco de desenvolver a doença.
Sintomas e diagnóstico tardio
O câncer de pâncreas pode se manifestar por uma série de sintomas inespecíficos, como fraqueza, perda de peso inexplicada, dor abdominal e icterícia (coloração amarelada da pele e olhos). Porém, como esses sinais também são comuns a outras condições, o diagnóstico muitas vezes ocorre em fases avançadas da doença, o que dificulta as chances de cura.
Uma das formas de identificar precocemente a doença é ficar atento ao surgimento repentino de diabetes em adultos, que pode ser uma manifestação precoce do câncer pancreático. Entretanto, o rastreamento para essa neoplasia ainda não é recomendado, pois não há evidências científicas de que ele traga benefícios claros para a população geral.
Tratamento e prevenção
O tratamento do câncer de pâncreas varia conforme o tipo do tumor, o estágio da doença e o estado de saúde geral do paciente. A cirurgia é a única opção curativa, mas é indicada apenas em casos em que o diagnóstico ocorre precocemente, o que é raro. Quando a cirurgia não é possível, o tratamento se baseia em quimioterapia e radioterapia, com o apoio de cuidados paliativos para melhorar a qualidade de vida do paciente.
Para prevenir a doença, o Inca recomenda mudanças no estilo de vida, como evitar o tabagismo, manter um peso corporal saudável e evitar a exposição a substâncias químicas nocivas. Essas medidas podem reduzir significativamente o risco de desenvolver câncer de pâncreas, além de promoverem uma saúde geral melhor.
Fonte: Agência Brasil