O Brasil deve anunciar oficialmente nesta quarta-feira (18) o fim do surto de gripe aviária em aves comerciais, após o encerramento do vazio sanitário de 28 dias na granja de Montenegro, no Rio Grande do Sul, onde foi registrado o único caso da doença em produção industrial. A medida marca a retomada do status sanitário de país livre da influenza aviária de alta patogenicidade, conforme prevê a Organização Mundial da Saúde Animal (Omsa), e abre caminho para reabilitar gradualmente as exportações de carne de frango, afetadas desde maio.
A confirmação foi feita nesta terça-feira (17) pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua. “Vamos comunicar, amanhã, a Omsa e também todos os países importadores sobre o fato do Brasil ser novamente livre de influenza aviária”, afirmou o secretário ao g1. A contagem dos 28 dias começou em 22 de maio, após a desinfecção da granja gaúcha, e atende às exigências internacionais para garantir que o vírus não esteja mais circulando no ambiente.
Com o novo status, o governo federal espera que os países que impuseram embargos à carne de frango brasileira após a confirmação do caso em Montenegro, em 15 de maio, reavaliem suas restrições. A maior expectativa está sobre a China, principal compradora do produto brasileiro. Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, é possível que os bloqueios passem a ser regionalizados, restringindo apenas produtos oriundos do Rio Grande do Sul ou da própria cidade de Montenegro. “E aí, gradativamente, voltamos à normalidade”, declarou o ministro em entrevista à GloboNews no mês passado.
Apesar do caso registrado em Montenegro, seis outras suspeitas em granjas comerciais chegaram a ser investigadas desde então, nos estados de Minas Gerais, Santa Catarina, Tocantins e em outras cidades gaúchas, mas todas foram descartadas. Focos da doença registrados no país desde 2023 ocorreram apenas em aves silvestres ou em criações domésticas, situações que não impactam diretamente as exportações conforme os protocolos sanitários internacionais.
Mesmo com o anúncio, a recuperação plena do mercado ainda dependerá da decisão de cada país importador. Segundo o último levantamento do Ministério da Agricultura, divulgado em 10 de junho, a União Europeia e outras 20 nações ainda mantêm embargo total ao frango brasileiro. Outros 19 restringem a compra de produtos oriundos apenas do Rio Grande do Sul e quatro bloqueiam exclusivamente os embarques de Montenegro, município que não é um polo exportador significativo.
O governo também reforçou que a gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de aves ou ovos, e que o Brasil jamais registrou um caso da doença em humanos. Apesar de as exportações de carne de frango terem caído 13% em maio na comparação com o mesmo período de 2024, a maior parte da produção nacional é consumida internamente.
A expectativa é que, com o reconhecimento da Omsa e a reabertura gradual de mercados, o Brasil consolide novamente sua posição como o maior exportador global do produto.
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Fonte: Brasil 247
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