Política

TENTATIVA DE GOLPE

PGR pede condenação de réus do Núcleo 4 da trama golpista

Neste grupo, os denunciados teriam elaborado e disseminado informações falsas e atacaram autoridades para tentar provocar uma ruptura institucional

Da redação

Terça - 14/10/2025 às 15:48



Foto: Reprodução/Tv Globo Réus do chamado núcleo 4, responsável por ações de desinformação vinculadas à chamada trama golpista são julgados pelo STF
Réus do chamado núcleo 4, responsável por ações de desinformação vinculadas à chamada trama golpista são julgados pelo STF

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu nesta terça-feira (14) a condenação dos sete réus do chamado núcleo 4, responsável por ações de desinformação vinculadas à chamada trama golpista. A Procuradoria acusa o grupo de ser o responsável por ações essenciais para articular a tentativa de golpe que agiu para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder, mesmo após a derrota nas urnas em 2022.

A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) foi dividida em núcleos, e neste grupo específico os réus são acusados de elaborar e disseminar informações falsas, além de atacar autoridades e instituições com o objetivo de criar um cenário de instabilidade no país.

Segundo a PGR, a estratégia visava provocar uma ruptura institucional que permitisse uma intervenção de autoridades para tomar o poder e concluir um golpe de Estado. “No caso dos réus ficou claro o impacto do seu comportamento para o desfecho violento de 8 de janeiro de 2023”, afirmou o procurador-geral da República, Paulo Gonet.

“Foi por meio da contribuição deste núcleo de acusados que a organização criminosa elaborou e disseminou narrativas falsas sobre o processo eleitoral, sobre os poderes funcionais e as autoridades que os representam, impulsionando a instabilidade social que resultou na ruptura institucional”, completou.

De acordo com Gonet, a revolta popular registrada em 8 de janeiro teve relação direta com a “trama gerada e insuflada” pelas ações dos acusados.

São réus do núcleo 4:

  • Ailton Moraes Barros, ex-major do Exército;

  • Ângelo Denicoli, major da reserva do Exército;

  • Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal;

  • Giancarlo Rodrigues, subtenente do Exército;

  • Guilherme Almeida, tenente-coronel do Exército;

  • Marcelo Bormevet, agente da Polícia Federal;

  • Reginaldo Abreu, coronel do Exército.

Eles respondem por cinco crimes:

  • tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;

  • golpe de Estado;

  • organização criminosa armada;

  • dano qualificado;

  • deterioração de patrimônio tombado.

Estrutura paralela dentro da Abin

A PGR aponta ainda que o grupo teria utilizado a estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionar adversários políticos, além de criar e propagar informações falsas contra o processo eleitoral, as instituições democráticas e as autoridades que representavam um obstáculo aos interesses golpistas.

Para o procurador-geral, essas ações tiveram como consequência direta a invasão e destruição das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023. Esse é o segundo grupo de réus a ser julgado pela Primeira Turma. Em setembro, o colegiado já havia condenado outros sete aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, incluindo militares de alta patente.

Fonte: g1

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