
A indicação do deputado Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA) para o Ministério das Comunicações enfrenta resistência após 40 dos 59 deputados do União Brasil assinarem o requerimento de urgência para o projeto que concede anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. A adesão, que representa 67,7% da bancada, gerou preocupação no governo Lula (PT) sobre a lealdade do partido na base aliada.
O projeto de anistia, proposto pelo PL, tem apoio declarado de líderes como Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que afirmou contar com cerca de 260 votos favoráveis, incluindo apoio significativo do União Brasil, PSD e PP. No entanto, o líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA), declarou que não pode apoiar a anistia se receber apoio do PT para a presidência da Câmara, destacando a divisão interna do partido.
A situação também afeta o PSD, onde 23 dos 44 deputados assinaram o requerimento de urgência para a anistia. O presidente do PSD, Gilberto Kassab, tem evitado comentar publicamente o assunto, enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que Kassab está ao lado do PL para aprovar a anistia.
A instabilidade na base aliada preocupa o governo, especialmente com projetos importantes em pauta, como a ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil. Líderes governistas reconhecem que retaliações podem ser prejudiciais, dada a necessidade de votos dos partidos que demonstram infidelidade.
A nomeação de Pedro Lucas, prevista para após a Semana Santa, pode ser adiada ou cancelada, devido a tensão entre o governo e o União Brasil. A entrega formal do Ministério das Comunicações pela ala oposicionista do partido está sendo articulada, indicando possíveis mudanças na composição ministerial.
Fonte: Brasil 247