
A Câmara Municipal de Teresina deu um passo importante no combate à violência contra a mulher com a instalação do Observatório da Violência Contra a Mulher. A proposta, apresentada pelo vereador João Pereira (PT), foi um dos principais encaminhamentos da audiência pública realizada nesta quarta-feira (19), que reuniu representantes de movimentos sociais, órgãos públicos e especialistas no tema.
O Observatório tem como objetivo monitorar e avaliar a eficácia das políticas públicas voltadas para a proteção e o empoderamento das mulheres na capital piauiense. “Essa experiência já existe em outras capitais e será um instrumento fundamental para acompanharmos a evolução dos programas de combate à violência e de geração de emprego e renda. A emancipação financeira das mulheres é crucial para romper o ciclo de dependência que muitas vezes as mantém presas a relacionamentos abusivos”, destacou João Pereira.
Dados alarmantes
Segundo a Secretaria Municipal de Políticas Públicas Para Mulheres, Teresina registrou 72 feminicídios nos últimos dez anos, com quatro casos apenas nos dois primeiros meses de 2025. A maioria das vítimas é de mulheres negras e moradoras de periferias, que muitas vezes estão fora da rede de atendimento e proteção.
A secretária municipal de Políticas Para Mulheres, Rosa Neide Lopes, ressaltou a importância de fortalecer as ações já existentes. “Estamos há apenas dois meses na gestão e precisamos conhecer toda a rede de atendimento para aprimorar as políticas públicas. Essas mulheres precisam de apoio integral, desde a segurança até a independência financeira”, afirmou.
A foto acima revela que, com exceção da vereadora Euzuila Calisto, as demais mulheres na mesa de honra, todas olhando o celular, não estavam interessadas em ouvir as demais pessoas no evento. Desconstrução do machismo na educação
A secretária estadual de Políticas Públicas Para Mulheres, Zenaide Lustosa, destacou a necessidade de desconstruir o machismo desde a infância. “É prioritário trabalhar a educação de meninos e meninas para romper com os ciclos de violência. Municípios que não possuem secretarias específicas para mulheres têm índices de violência mais altos”, explicou.
O debate, proposto pela vereadora Euzuila Calisto (PT) e pelo vereador João Pereira (PT), contou com a participação de diversas autoridades, incluindo a promotora de Justiça Amparo Paz, coordenadora do Núcleo de Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (Nupevid), e a tenente-coronel Elizete, superintendente de Cidadania e Defesa Social da Secretaria de Segurança Pública do Estado.
Fatores que contribuem para a Violência
Durante a audiência pública, foram apontados diversos fatores que contribuem para o aumento da violência contra a mulher, como a dependência financeira, a falta de moradia e a ausência de políticas públicas eficazes. Moradoras de áreas de ocupação também participaram do debate, reforçando a necessidade de ações integradas.
“A violência contra a mulher é um crime que afeta toda a sociedade. Não podemos nos calar diante de algo tão covarde”, finalizou o vereador João Pereira, agradecendo a participação das mulheres no evento.
O vereador João Pereira está usando o mandato para tratar de coisas sérias