
O financista Luiz Cezar Fernandes, criador dos bancos Garantia e Pactual, avisa que o "caos fiscal" gerado pelo golpe de 2016, que culminou com io impeachmente da então presidente Dilma Rousseff, pode levar ao calote da dívida interna brasileira e ressultar no confisco de aplicações financeiras, inclusive da popupança. O caos fiscal gerado pelo golpe e pela depressão econômica instalada no governo de Michel Temer colocou a dívida interna em trajetória explosiva, alerta Fernandes.
“O crescimento da dívida pública interna atingirá 100% do Produto Interno Bruto – PIB do Brasil, já na posse do próximo governo. A situação será insustentável, gerando uma completa ingovernabilidade”, acrescenta. “Um default na nossa dívida interna implicará na falência do sistema, atingindo de grandes bancos a pessoas físicas. Para evitarem uma corrida bancária, as grandes instituições bancárias terão, obrigatoriamente, que impedir seus clientes de efetuarem os saques de suas poupanças à vista ou a prazo”, adverte o especialista em finanças, em artigo sobre o assunto.
O caos fiscal brasileiro tem sua origem no golpe de 2016, que começou a ser a semeado em 2015, quando Aécio Neves e Eduardo Cunha se uniram para sabotar o governo da presidente Dilma Rousseff. Depois disso, Michel Temer e Henrique Meirelles aprofundaram a depressão econômica e deixarão um legado de R$ 800 bilhões em rombos fiscais – o que elimina tudo o que foi economizado nos governos FHC, Lula e Dilma.
Leia o artigo:
"APERTE O BOLSO: O CALOTE VEM AÍ
Por Luiz Cezar Fernandes *
O PRÓXIMO GOVERNO SE SENTIRÁ SEDUZIDO, INEVITAVELMENTE, POR UM CALOTE NA DÍVIDA PÚBLICA.
O crescimento da dívida pública interna atingirá 100% do Produto Interno Bruto – PIB do Brasil, já na posse do próximo governo. A situação será insustentável, gerando uma completa ingovernabilidade.
Os bancos, hoje cartelizados em 5 grandes organizações, têm diminuído assustadoramente os empréstimos ao setor privado e vêm aumentando, em proporção inversa, a aplicação em títulos da dívida pública.
Os países que recentemente entraram em default, como a Grécia, não causaram grandes impactos internos, pois sua dívida era sobretudo externa e em grande parte pulverizada, inclusive em bancos centrais, fundos mútuos e de pensão.
O caso do Brasil é essencialmente diverso. Um default nossa dívida interna implicará na falência do sistema, atingindo de grandes bancos a pessoas físicas, passando por family offices e afins.
Para evitarem uma corrida bancária, as grandes instituições bancárias terão, obrigatoriamente, que impedir seus clientes de efetuarem os saques de suas poupanças à vista ou a prazo.
Caso contrário, teremos uma situação ainda mais grave que a vivida pela Venezuela Reformas já ou só restará o CALOTE.
* Luiz Cezar Fernandes é sócio da Grt Partners".
Fonte: Brasil 247