
A Polícia Federal indiciou a vereadora Tatiana Medeiros (PSB) pelos crimes de organização criminosa; corrupção eleitoral; falsidade ideológica eleitoral; lavagem de dinheiro; apropriação indébita; e peculato-desvio (rachadinha). Ela está presa desde o dia 3 de abril de 2025, investigada por compra de votos com dinheiro de organização criminosa.
Além da vereadora, também foram indiciados o namorado dela, Alandilson Cardoso Passos, que está preso em Minas Gerais; e o padrasto da parlamentar, Stênio Ferreira Santos, que também atuava como assessor na Câmara Municipal de Teresina.
Segundo a investigação da Polícia Federal, Stênio Santos era o intermediador nos pagamentos relacionados à compra de votos e à lavagem de dinheiro por intermédio do Instituto Vamos Juntos, uma ONG fundada por Tatiana. Alandilson Cardoso Passos, que tem ligação com o Bonde dos 40, é apontado como o principal articulador financeiro do grupo.
Confira os crimes pelos quais cada um vai responder:
Tatiana Medeiros
- Organização Criminosa (Lei nº 12.850/2013, art. 2º);
- Corrupção Eleitoral (art. 299 do Código Eleitoral);
- Falsidade Ideológica Eleitoral (art. 350 do Código Eleitoral);
- Lavagem de Dinheiro (Lei nº 9.613/1998, art. 1º);
- Apropriação indébita (art. 168 do Código Penal);
- Peculato-desvio ('Rachadinha') (art. 312 do Código Penal).
Alandilson Cardoso Passos
- Organização Criminosa (Lei nº 12.850/2013, art. 2º);
- Corrupção Eleitoral (art. 299 do Código Eleitoral);
- Lavagem de Dinheiro (Lei nº 9.613/1998, art. 1º);
- Usura (art. 4º do Decreto-Lei nº 1.521/1951);
- Violação do Sigilo do Voto (art. 312 do Código Eleitoral).
Stênio Ferreira Santos
- Organização Criminosa (Lei nº 12.850/2013, art. 2º);
- Corrupção Eleitoral (art. 299 do Código Eleitoral);
- Lavagem de Dinheiro (Lei nº 9.613/1998, art. 1º);
- Usura (art. 4º do Decreto-Lei nº 1.521/1951);
- Apropriação indébita (art. 168 do Código Penal);
- Peculato-desvio ('Rachadinha') (art. 312 do Código Penal);
- Violação do Sigilo do Voto (art. 312 do Código Eleitoral).
TRE-PI negou habeas corpus da vereadora
Na segunda-feira (14), o pleno do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) formou maioria e negou o habeas corpus da vereadora Tatiana Medeiros, mantendo a prisão preventiva da parlamentar no Quartel do Comando-Geral (QCG) da Polícia Militar do Piauí (PM-PI).
Mais cedo, três assessores ligados à vereadora haviam sido afastados de suas funções na Câmara. Um deles é padrasto de Tatiana.
PSB envia ofício pedindo convocação de suplente
Nessa terça-feira (15), o presidente municipal do PSB, Bid Lima, enviou um ofício à presidência da Câmara de Teresina, solicitando a convocação imediata do primeiro suplente, Leônidas Freire Silva Júnior, para assumir a vaga de Tatiana Medeiros.
O partido alega que a prisão da parlamentar tem caráter indeterminado, se enquadrando nas normas do Regimento Interno da Casa para convocação de suplente em caso de afastamento superior a 60 dias.