Polícia

INVESTTIGAÇÃO

"Líder espiritual" é preso por manter família em cárcere privado

O filho de 12 anos e duas mulheres - que formariam 'trisal' - viviam sob o controle do preso. Criança não frequentava a escola há cincos e Polícia Civil investiga se ele integra seita religiosa

Malu Barreto

Quinta - 15/05/2025 às 17:53



Foto: Polícia Civil do Piauí Casa onde família era mantida em cárcere privado
Casa onde família era mantida em cárcere privado

Um "líder espiritual" foi preso em flagrante por manter sua família em cárcere privado em uma casa na zona rural de Baixa Grande do Ribeiro, a 580 km de Teresina.

 As vítimas são sua esposa, de 31 anos, o filho, de 12, e uma jovem de 24 anos, apontada como também companheira dele — configurando uma relação de poliamor. Os três viviam em situação de isolamento e extrema vulnerabilidade. As identidades dos envolvidos não foram divulgadas. 

Segundo a Polícia Civil do Piauí, os relatos indicam que o homem exercia controle total sobre as vítimas, que não tinham liberdade para tomar decisões, circular livremente ou manter qualquer contato com outras pessoas. A jovem de 24 anos seria parte de um trisal com o suspeito e sua esposa.

A situação foi descoberta após uma denúncia feita pelo irmão da jovem, que informou à polícia que desde 2019 não conseguia contato com a irmã. Ao chegar ao local, os policiais encontraram todos em condições precárias.

A criança revelou que está fora da escola há cinco anos. "Estamos investigando se ele faz parte de uma seita, pois as vítimas parecem estar submetidas a uma lavagem cerebral. Apesar de seguirem a fé da Igreja Deus é Amor, não frequentavam mais o templo devido a conflitos com líderes religiosos locais", informou o delegado Marcos Halan, titular da Delegacia de Baixa Grande do Ribeiro.

As vítimas foram encaminhadas para acolhimento institucional e atendimento psicossocial, com acompanhamento do Conselho Tutelar e da rede de proteção social do município.

Ainda segundo o delegado, o suspeito já respondia a um inquérito por importunação sexual em outro caso. Agora, ele passará por audiência de custódia e pode responder por cárcere privado, maus-tratos, abandono intelectual e possíveis abusos sexuais.

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