
A Justiça do Piauí recebeu a denúncia do Ministério Público contra o cantor Francisco Elson Barbosa, ex-vocalista da banda Forró Saborear, acusado de agredir a ex-mulher no contexto de violência doméstica. Com a decisão, proferida no dia 2 de julho pelo juiz Sérgio Luís Carvalho Fortes, do 1º Juizado de Violência Doméstica de Teresina, o artista se tornou réu e responderá por lesão corporal e ameaça.
O magistrado considerou que há indícios suficientes de autoria e materialidade dos crimes, com base em depoimentos, laudos e demais provas obtidas durante a investigação conduzida pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam). Francisco terá 10 dias para apresentar defesa por escrito após ser citado.
Entenda o caso
O crime aconteceu em 9 de março de 2025, na residência do casal, no bairro Dirceu II, zona Sudeste de Teresina. A vítima relatou que Elson, embriagado e sob efeito de drogas, iniciou uma discussão por ciúmes, a ameaçou com uma faca tipo peixeira e tentou agredi-la. Ela sofreu cortes em três dedos da mão ao tentar se defender. O cantor foi preso em flagrante e solto no dia seguinte, com imposição de medidas cautelares.
A vítima revelou que episódios de agressão anteriores já haviam ocorrido, inclusive um em abril de 2024, quando foi atingida com um coco durante uma discussão. Ela afirma que o comportamento violento do ex-companheiro está relacionado ao uso frequente de cocaína e álcool. Por temer por sua segurança e a do filho, de 12 anos, solicitou medidas protetivas e se refugiou na casa dos pais.
Repercussão e defesa
A denúncia teve ampla repercussão nas redes sociais e levou ao desligamento do artista da banda Forró Saborear. Em nota, o grupo informou que não compactua com atitudes de desrespeito ou violência e que Elson Barbosa não integraria mais a formação.
O cantor, natural de Quixeramobim (CE), já passou por outras bandas de forró conhecidas, como Forró Sem Limite e Banda Líbanos. Após o ocorrido, ele se pronunciou publicamente negando as agressões e afirmou que jamais atentaria contra a vida de alguém.
Por meio de nota oficial, o escritório Alan Mota Advogados Associados, que representa o cantor, esclareceu que ele não responde por tentativa de feminicídio, mas sim pelos crimes de lesão corporal e ameaça, conforme os artigos 129, §13, e 147 do Código Penal.
O processo tramita sob segredo de justiça, conforme previsto na Lei Maria da Penha.
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