
Dois ex-vereadores de Teresina, estão entre os investigados da Operação Interpostos, que investiga um esquema de movimentação financeira milionária e suspeita de lavagem de dinheiro envolvendo contratos na Prefeitura de Teresina. Um deles, é Stanley Freire, que também foi ex-presidente da Fundação Cultural Monsenhor Chaves na gestão do ex-prefeito Dr. Pessoa. A identidade do outro ex-parlamentar investigado foi mantida em sigilo pela Polícia Civil do Piauí.
As investigações, conduzidas pelo Departamento de Combate à Corrupção (Deccor), começaram após o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificar transações bancárias atípicas e vultosas. Segundo a delegada Bernadete Santana, um dos ex-vereadores movimentou cerca de R$ 5,2 milhões somente em 2022 e acumulou a quantia de R$ 14 milhões entre 2020 e 2023.
“São vultosos valores que estavam sendo transacionados, principalmente entre dois ex-parlamentares envolvidos, sendo que um deles movimentou só no ano de 2022 cerca de R$ 5,2 milhões, e entre 2020 e 2023 a quantia de R$ 14 milhões,” disse a delegada.
A Polícia Civil aponta que o ex-vereador, Stanley Freire, que também atua como empresário, utilizava terceiros para assinar contratos com órgãos públicos e empresas privadas. A estratégia seria para ocultar sua participação e "dissimular o patrimônio", figurando apenas como sócio oculto das empresas.
A Operação Interpostos teve como objetivo coletar novas provas e avançar no entendimento desse esquema. O advogado de Stanley Freire, Deomar Fonseca, afirmou que todos os documentos que comprovam a licitude das movimentações já foram entregues ao Deccor.
Operação Gabinete de Ouro
Em paralelo à Operação Interpostos, também aconteceu na manhã desta terça-feira (14), a Operação Gabinete de Ouro, focada em um esquema de corrupção dentro da gestão do ex-prefeito Dr. Pessoa.
Nesta operação, a polícia prendeu temporariamente quatro pessoas, incluindo Suelene da Cruz Pessoa - Sol Pessoa, que era a chefe de gabinete e secretária imediata do ex-prefeito. Segundo a investigação, o ex-prefeito não estava ciente das irregularidades. Entre os presos estão o servidor público Rafael Thiago, o servidor terceirizado Mauro José e o empresário Marcus Almeida.
Prisão da ex-chefe de gabinete da Prefeitura de Teresina, Suelene Pessoa (Reprodução/ TV Cidade Verde)
O delegado Ferdinando Martins destacou que ficou demonstrado envolvimento dos presos, que estão com mandado de prisão temporária, de cinco dias.
“O inquérito que envolve diretamente os presos, nós conseguimos demonstrar, por exemplo, que a servidora pública, que era a chefe de gabinete do antigo gestor, ela realmente controlava e gerenciava todos os pagamentos. Ela tinha certa interlocução com fornecedores, donos de construtoras, ela realocava, determinava valores de terceirizados, recebia pedidos de pagamentos e se valia de contas de outras pessoas para fazer essas transferências. Nós identificamos, inclusive, que um motorista do município, por exemplo, citando números, ele depositou R$ 150 mil reais na conta de uma determinada construtora responsável pelo imóvel de reforma e construção da casa dela. Isso ficou bem demonstrado na investigação, fora outras situações que estão caracterizadas”, destacou.
As investigações apontam que Sol Pessoa centralizava pagamentos e lotações, sendo o pivô de um esquema de corrupção que envolvia.
Rachadinha: servidores comissionados e terceirizados eram usados como operadores financeiros do grupo, com parte dos salários sendo repassados à chefe de gabinete.
Sequestro de Bens: a Justiça determinou o sequestro de bens (imóveis, veículos e valores) que totalizam cerca de R$ 75 milhões, considerados incompatíveis com os ganhos comprovados dos envolvidos.
As duas operações, embora baseadas em inquéritos distintos, investigam crimes de corrupção e lavagem de dinheiro praticados na administração municipal entre 2021 e 2024.
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