
O problema de bebida adulterada não é exclusivo do Brasil. Em todo o mundo, quem consome bebidas alcoólicas em bares, restaurantes ou compra em lojas tem uma chance significativa de ingerir um produto adulterado. De acordo com Jeff Hardy, diretor-geral da Aliança Transnacional para o Combate ao Comércio Ilícito (Tracit), órgão vinculado à ONU, uma em cada quatro garrafas de bebida no mundo é falsificada ou ilegítima.
A adulteração se manifesta de diferentes formas. Uma garrafa é considerada ilícita quando é uma bebida clandestina vendida como se fosse uma marca legal, quando uma garrafa legítima é reutilizada e preenchida com um álcool mais barato, ou quando há produção industrial de marcas falsas ou sem identificação. O contrabando de produtos prontos ou de matérias-primas, como etanol, também integra o comércio ilegal.
Para combater esse mercado, Hardy defende várias ações. "Aplicar penalidades que desestimulem a atividade criminosa. A efetiva aplicação das leis exige coordenação entre órgãos governamentais, como Receita, polícia, vigilância sanitária e autoridades de fronteira. Penalidades administrativas, criminais e civis devem ser suficientemente severas para coibir a falsificação e o comércio ilegal", aponta.
Além disso, o diretor da Tracit sugere repensar a política de impostos. Para ele, é importante racionalizar tributos e subsídios para evitar distorções que, sem querer, incentivem o contrabando, a adulteração ou até mesmo o roubo. Uma abordagem fiscal proporcional e baseada em evidências ajudaria a reduzir o mercado ilegal, garantindo ao mesmo tempo uma arrecadação sustentável para o governo e mais segurança e saúde para o consumidor.
O alerta global ganha um contorno urgente no Brasil, onde o Ministério da Saúde confirmou nove mortes por intoxicação com metanol após o consumo de bebidas adulteradas. O estado de São Paulo concentra a maioria dos casos, com seis óbitos. Até o momento, o país registra 47 casos confirmados e outros 57 em investigação, descartando 578 notificações.
Fonte: CNN
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